domingo, 26 de julho de 2015

Assim viaja a humanidade

Peguei o coletivo no Farol da Barra e adiante vi a palavra "ônibus" em sentido contrário na sinalização horizontal do asfalto e perguntei ao motorista:
- Você sabe o que é subinô?
- Sei. É o contrário de descenô.

É a velha Bahia, com suas histórias a cada acelerada.

O jogo do bicho e os sonhos

O meu problema é de interpretação e não de crença. Creio em Deus sobre todas as coisas e na Santa Madre Igreja Católica, Apostólica, Romana, mas creio mais nos sonhos, apesar de não dar uma dentro no jogo do bicho. Jogo cobra e dá veado. Sonhei com um gato caindo do muro, joguei gato, fui buscar o prêmio, deu burro. Sonhei com o número onze estampado no muro de uma casa. Seria tiro e queda, não precisava passar pela peneira das interpretações. Onze é onze, e ponto final! Procurei a banca do jogo do bicho e esvaziei os bolsos no 11. Deu 24, veado. O bicheiro me explicou a lógica:

- A gente tem que saber interpretar os sonhos. Nem tudo é como a gente imagina. No primeiro caso, quem sonha com cobra é viado. No segundo, gato que cai do muro é burro. No terceiro, 11, é um atrás do outro, viado.

Tem lógica. Eu nunca havia pensado nisso. Jogar no bicho não é para qualquer um não. Mas agora já sei: se sonhar com um juiz, vou jogar no veado. Todo juiz anda na vara.

Troque o homem mas não troque o nome

Seu nome era Vliado. Uma mistura de iniciais do pai com um não-sei-o-quê da mãe. Precisava dar os créditos num videoclipe e ele implorou:
- Não se esqueça do "lê" antes do "I"! Olhe lá! É "V-L-I-A-D-O" - soletrou.
Como haveria de esquecer nome tão inesquecível? Botei todos os "lês" merecidos. Depois de pronto, DVD entregue, ele me ligou puto da vida, quase em ameaça de morte:
- Que porra foi que você fez com meu nome?
- Eu? Nada. Tenho certeza de que coloquei o "l"!
- Colocou, sim. Mas escreveu "Glay", seu... seu!
- Ora... E Glay não é o mesmo que Vliado?
- (impublicável)