sábado, 2 de fevereiro de 2013

O AUTÓGRAFO


Machão, arvorou-se do direito de autografar a parte mais íntima da mulher. Ela, contrita, só fez tirar a calcinha, abrir as pernas e suspirar um "seja lá o que Deus quiser!" Três dias depois ele recebeu carta anônima dizendo que "Messias" se escrevia com dois "s" e não com "cê cedilha".

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A bestialidade midiática


Vinícius, meu filho de 16 anos, chegou ontem em casa dizendo que mudaram a Constituição Brasileira. O que vale agora, segundo ele, é que “Todo mundo é inocente até a imprensa dizer o contrário”.

Não sei se isso é ideia dele ou ouviu por aí, mas, a charge do Chico Caruso ontem, no Jornal O Globo, retrata bem a bestialidade midiática de se querer afagar o saco do chefe.

No meio da comoção nacional da queda do avião da Gol pelo Legacy, a sapiente mestre-cuca Ana Maria Braga abriu seu programa dizendo ao Louro José que o Corinthians precisava contratar o “Legacy”.

- Pra que, Ana Maria? - perguntou o papagaio.
- Para ver se acerta o gol – respondeu a loira das receitas.

Imediatamente escrevi para a redação do programa protestando contra a piada descabida em um momento em que as famílias choravam seus mortos e coisas que tais. Responderam que iriam averiguar e que se pronunciariam mais tarde e até hoje nunca se deram ao trabalho duma resposta.

Ontem, enquanto o mundo todo se solidarizava com as famílias das vítimas de Santa Maria, Chico Caruso fazia piada com o momento de agonia dos que estavam na fatídica casa noturna, no intuito apenas de atingir a presidente Dilma.

Até onde esses deuses globais acham que podem brincar com o sentimento alheio?

Abaixo, a charge que merece nosso repúdio.




domingo, 27 de janeiro de 2013

Da invenção da roda à tecnologia digital




Desde o dia que o homem inventou a roda que não para de inventar moda. De todas as invenções, a que mais chamou a minha atenção foi a da máquina fotográfica. Não pela precisão em capturar a luz, mas pela utilidade de se poder andar com a foto da sogra na carteira. Basta insinuar que se tem relações com macumbeiro para se transformar no “melhor” genro do mundo.

No início das eras, fotografar era um verdadeiro “deus-nos-acuda”. O foco se chamava “assunto” e o filme, em forma de chapa, gerou o famoso “bater chapa”, em vez de “fotografar”. As pessoas “chapadas” tinham que ficar completamente imóveis, respiração presa, senão a chapa estaria perdida. E o filme era caríssimo. Mas as pesquisas continuaram e, com novas tecnologias, se conseguiu fotografar em alta velocidade.  E o filme fotográfico passou a ser vendido em “rolo”, maior e mais barato. E a fotografia, de “chapa” passou a se chamar "instantâneo" ou "flagrante", porque o obturador funcionava como ejaculação precoce: triscou, capturou.

Com o avanço da ciência eletrônica, vieram as tais máquinas digitais. Sem qualquer gasto com compra de filme ou revelação, passou a ser a febre de consumo. Fácil de operar, até bebê em gestação fotografa o útero da mãe. Como a tecnologia digital em vez de capturar a luz, processa-a eletronicamente, os flagrantes se tornaram impossíveis, pois tais processamentos demandam tempo que, a depender do momento, pode ser uma eternidade.  Foi o que aconteceu com um amigo, que quis fotografar o trem bala. Clicou quando o trem surgiu no horizonte; quando a máquina processou, o trem já havia sumido.

A invenção do celular também teve um retrocesso. Primeiro inventaram um tijolão, proibido a quem tinha problema de coluna devido ao peso. A tecnologia reduziu o aparelho à delicadeza das mãos femininas. Foi um sucesso. Os estudos continuaram. E o aparelho de celular está ficando ridículo. Tão ridículo que ouvi este diálogo entre mãe e filho, no Shopping Barra, em Salvador:

- Mainha, aquele "home" tá falando com uma bandeja?
- Não é bandeja não, meu filho. Aquilo lá é o tal "tablet"!