Seu nome era Maria da Luz e numa manhã de conspiração de Santo Antonio conheceu Tonho de Lisboa com quem se casou uma ano depois. Tiveram dois filhos, um casal. O menino foi batizado Tonho de Lisboa Júnior; a menina, Maria da Luz Júnia. Seria uma daquelas histórias que terminam no "e foram felizes para sempre", mas quem consegue ser feliz carregando uns nomes desses?
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Quero meu Natal de volta!
A Covid também acabou com o que existia de mais cristão no Nascimento de Jesus Cristo: os parques de diversões nas praças, com vendedores de maçã do amor, roletas, tiro ao alvo, Monga, a mulher macaca, e a paquera no serviço de alto-falante anunciando páginas musicais:
- Alô, dona Maria, ouça essa música e quem manda é O-X!... Quem goitana é O-X? - perguntou o locutor, em off.
- Sou eu, seu criado! - respondeu o paquerador.
- E o que é "O-X"?
- As iniciais do meu nome: Ontonho Xofé.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
O carrossel
A primeira vez que vi um carrossel foi numa noite de Natal, depois de
admirar a lapinha de tia Pureza. Meu irmão João me pegou pelo braço e me
arrastou para o meio da praça, onde fiquei extasiado vendo os cavalinhos
subindo e descendo, e a roda girando, e os cavalinhos subindo e descendo, e a
roda parando, e o povo descendo, e outros descendo de suas montarias de verdade
e subindo nos cavalinhos de madeira que subiam e desciam, e eles riam como
crianças ganhando brinquedo. E agora, em frente a esse carrossel, me vejo
deslizando nas lembranças e vendo o moço empurrando o carrossel, colocando a
roda para girar (não havia eletricidade no Junco) e alimentando os sonhos de
quem sequer imaginava que existisse papai noel.
Eram tempos arcaicos, mas a felicidade era autêntica.
Assinar:
Postagens (Atom)