AS
RELIGIÕES TRADICIONAIS AFRICANAS
Em
tempos longínquos, quando o homem engatinhava e vivia em harmonia com a
Natureza por não existir diferenças notáveis, nem estresse, nem vírus ou
doenças como as existentes hoje, os seres espirituais habitantes da Terra,
encarnados ou não, adquiriram os segredos estruturais dos elementos da Natureza
e, através da encarnação, alcançaram percepção e sensibilidade astrais que as
conduziriam de volta às suas origens no plano astral superior.
Seres
espirituais de outros sistemas planetários mais evoluídos vieram até a Terra e
se encarregaram de transmitir suas experiências aos seres menos evoluídos e ensinar
tudo sobre a divindade suprema, os seres espirituais, o espaço cósmico, a
criação e as leis que regiam a evolução do Universo. A esse conhecimento foi
chamado de Aumbandhã, que no passar do tempo se tornou um mantra na iniciação
hindu.
Aumbandhã
é uma palavra sânscrita, formada pelo prefixo Aum, de alta significação
espiritual, sagrada, a sonorização da Trindade Universal, Espírito, Energia e
Matéria, e pelo sufixo Bandhã, cujo significado místico é a força emanada do
Criador sobre as criaturas para o despertar cósmico. Assim, a síntese lexical de
modo simplificado, Aumbandhã que dizer o finito do infinito, o limite do ilimitado,
ou simplesmente o humano no divino.
O
planeta Terra ganhou fama esotérica e seres vindos de outras regiões siderais,
doentes da alma e do espírito, procuravam a cura nos aprendizes dos tubaguaçus
(grandes condutores da raça), porém nem todos os aprendizes conseguiram
absorver os ensinamentos do dom da cura e acabaram se contaminando com a doença
que deviam curar. Esses aprendizes contaminados transmitiram seus males às gerações
futuras e suas sequelas perduram até os dias de hoje. São as doenças primitivas
as responsáveis por todas as doenças do mundo, conhecidas ou não, e atendem
pelo exótico nome de “Os Sete Pecados Capitais” e o considerado o maior mal de
todos os males: o Egoísmo.
RELIGIÃO
TRADICIONAL AFRICANA
Para
se compreender a religiosidade africana, primeiro precisamos voltar os olhos
para a África através de sua dimensão continental e não apenas vê-la
erroneamente como um país. Quando falamos de outros povos, simplesmente
tratamos pelo seu gentílico, confinados nas fronteiras físicas que delimitam
seus países. Assim, dizemos, os “portugueses”, os “espanhóis”, os “franceses”,
os “norte-americanos”, mas nunca dizemos “os sul-africanos”, “os congoleses”, “os
angolanos”, mas apenas colocamos todos na vala comum do gentílico continental,
tratando os africanos como uma nação única e igual.
As
religiões tradicionais africanas, também chamadas de “religiões indígenas
africanas”, aquelas que ainda não se deixaram contaminar pelo islamismo, judaísmo,
catolicismo, e outros “ismos”, são religiões definidas, em sua maioria, por
linhagens étnicas e tribais e engloba uma grande variedade de crenças e mitos,
se distinguindo em dois aspectos fundamentais: o visível e o invisível. A
matéria e o espírito. Estima-se que cerca de cem milhões de africanos praticam
a religião tradicional e mesmo aquelas que se tornaram sincréticas com outras
religiões ainda mantém alguns ritos da religião africana.
Apesar
da amplidão continental e dessa multiplicidade religiosa, há vários pontos em
comum na religiosidade tribal que envolve ensinamentos, práticas e rituais em
busca da compreensão do divino. Reconhecem um Deus Supremo, criador do Universo,
e chamam-no de Olodumaré (Senhor Supremo) e Olorum (Senhor do Céu), seus nomes
mais conhecidos. Olodumaré vive em outra dimensão paralela à nossa, conhecida como
Òrun, o Céu dos cristãos.
Segundo
a religião tradicional africana, foi Olodumaré quem criou o Universo e tudo que
nele está. Explica a lenda teogônica que Olodumaré aproveitou as forças
sobrenaturais encontradas em Òrun para criar os orixás, cuja principal missão seria
a de auxiliá-lo na criação e ordenação do novo mundo material que ele iria
criar. Os orixás, depois, associaram-se às forças da natureza e dos seus
elementos e só por elas podem se manifestar.
No
princípio original existiam dois mundos: Òrun, onde habitavam os orixás, e o Aiyê,
onde só existia água. Um dia Olodumaré resolveu criar um espaço para a
humanidade que ele criaria. Incumbiu Orixanilá, nome mais sagrado de Oxalá, o
primeiro orixá criado por ele, de pôr a termo a sua vontade. Entregou-lhe uma
cabaça contendo terra escura, galinha de cinco dedos, uma pomba e um camaleão.
A terra deveria ser lançada sobre as águas, a galinha espalharia a terra, a
pomba voaria e criaria o ar e o camaleão retornaria por terra para colocar
Olodumaré a par da tarefa atribuída a Orixanilá.
E
partiu Orixanilá em direção de Aiyê para dar cabo de sua incumbência, levando
seu cajado, o opaxorô, e a cabaça da Criação. Era costume em Òrun se fazer sacrifícios à divindade Bará, mas
Orixanilá era muito orgulhoso e se recusou a fazer tal oferenda. Então Bará,
ressentido, fez o primogênito de Olodumaré sentir muita sede no caminho de
Aiyê. Sem alternativa, Orixanilá pegou seu cajado e furou o tronco de uma
palmeira e dele escorreu um delicioso vinho de palma. Orixanilá encheu a cara e
dormiu o sono dos orixás.
Olodumaré
enviou o irmão caçula dos orixás, Oduduá, para saber o que havia acontecido com
Orixanilá. Ao retornar com a cabaça da criação, Oduduá pediu ao pai que o
deixasse cumprir aquela tarefa de suma importância. E assim, enquanto Orixanilá
dormia, Oduduá criava o mundo e as coisas vivas, exceto o homem. Mostrando-se
arrependido ao acordar e ver o mundo criado pelo seu irmão caçula, Olodumaré
resolveu dar uma nova tarefa de extrema importância a Orixanilá: a criação do
homem que habitaria Aiyê.
Então
Oxalá moldou vários bonecos de argila e água e Olodumaré soprou nas suas narinas
fazendo surgir a vida humana na face da Terra.
2 comentários:
Fantástico, Tom!
Adorei! Parabéns!
Obrigado, Mis.
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