sábado, 20 de julho de 2024

Raimundo e a decisão da Copa do Mundo de Futebol


Um dia, antes dos bolsominions se apoderarem da camisa da CBF, fui ver um jogo da seleção brasileira na casa do meu irmão Raimundo, quando ele morava em Alagoinhas. Era a Copa do Mundo em um ano qualquer. Aconteceu do jogo ir pros pênaltis. Na hora da cobrança, ele se trancou no banheiro e gritou para sua cara-metade, que fazia as unhas no sofá da sala:

- E aí, já cobrou?

- Já. 

- Foi gol?

- Foi.

- De quem?

- Sei lá! De um time aí. Acho que foi dos japoneses.

- Que japoneses?

- Sei lá! É tudo parecido!

- E agora, foi gol?

- Não.

- Como é que tá o placar?

- Tá lá no quarto.

- O que é que tá no quarto?

- A revista.

- Que revista?

- Placar.

- Quanto tá o resultado aí?

- Só esperando o Jornal Nacional.

- Por quê?

- O jogo já acabou.

 Esse vídeo acima me fez lembrar desse dia.




sexta-feira, 19 de julho de 2024

De onde vem o baião


No São João passado, arrumei as malas para ir ver a grande performance de Eddy Luem no arraial joanino de Sátiro Dias, Bahia. Ele iria se apresentar antes de Flávio Leandro, o grande forrozeiro de Petrolina, encerrando os festejos juninos.

Conheci Eddy Luem em outra ocasião, no início do século vinte e um, em uma noite de busca-pés e rojões, na mesma cidade acima. Ele era integrante da banda “Os Filhos da Mãe”, e, além de ser o crooner, ele, também, foi produtor.

Eddy é um músico versátil, sem contar que ele é também um excelente compositor. Dirigi um filme na Bahia e ele foi o responsável pela excelência da trilha sonora (assistam ao filme no rodapé deste texto). Como se não bastasse essa pluralidade artística, ele exerce a profissão de radiocomunicador, em São Paulo. Tem formação acadêmica em Comunicação, transita pelo show business, cuja experimentação vem dos tempos de garoto das ruas empoeiradas da Bahia.  


Depois que a banda Os Filhos da Mãe se apresentou em Sátiro Dias, no raiar do século, seus componentes resolveram sair em turnê por São Paulo e outras cidades da Região Sudeste. Finda a turnê, Eddy fincou raízes na terra da garoa e lá vive por mais de duas décadas, animando festas de confraternização de empresas e festas paroquiais. Antes de embarcar para Sátiro Dias, animou as festas juninas no “Arraiá” da Paróquia São Domingos, "O Pregador", em Osasco, São Paulo, e em Jataí, Goiás. Em Osasco, Eddy Luem contou com a participação especial do maestro Frank Lima; em Jataí, ele fez uma apresentação temática, cujo título foi “Eddy Luem Canta a História do Forró de Luiz Gonzaga a Falamansa". Em ambas as cidades ele foi bastante aplaudido e elogiado.

Era por conta de um artista desse naipe que eu iria rodar mais de um mil quilômetros para vê-lo. Devia um mimo a ele, pois, quando estive em São Paulo, dois anos atrás, ele foi todo solícito e, inclusive, me levou para passar uma manhã com o padre Júlio Lancelot, o qual ele é amigo e eu um grande admirador. O caro leitor deve estar se indagando porque, no início deste parágrafo, eu falo no futuro do pretérito, e não, no pretérito perfeito. Lembremos, caros amigos, nem tudo é perfeito nesta vida. Ao arrumar as malas, Eddy me ligou, perguntando se eu já estava na estrada. Aliás, ele não, a mulher dele. Respondi que estava me preparando para viajar. Então ela me deu a notícia-bomba:

- Tom, se você ia só ver o Eddy, desista. Ele não vai mais. Está afônico e tiririca de febre.

Ainda bem que desarrumar mala é mais rápido do que arrumar.