domingo, 16 de agosto de 2020

A difícil missão de se ser coroinha

 

Caminhar pelas ruas de Alagoinhas é transitar na minha memória de infância e adolescência. Nessa igreja eu fui expulso da ordem dos coroinhas por um motivo banal: fui flagrado pulando o muro do convento para roubar laranja no pomar. E o padre franciscano ainda me disse:

- Roubar laranja não é um pecado tão grave assim que não possa ser perdoado com uns cascudos. Beber o vinho canônico escondido também não. Agora, beber o vinho e comer a hóstia consagrada como tira-gosto, isso é imperdoável!

E o sacrista ainda me encanou para a minha mãe e como castigo passei seis meses proibido de ir pro brega.

O mar em nós

Um dia ele me levou pra ver o mar. Saído de um lugar que não tinha água, meu deslumbramento foi tão grande que pedi a ele:

- Irmão, me ajuda a ver o mar!
Muito tempo depois ele virou ermitão e então num dia de milagre eu o levei para ver o mar que ele não se lembrava mais.

Não se faz mais cavalheiro como antigamente

Ele vê uma mulher perfeita desfilando pela calçada: corpo escultural, sensualidade de ninfa e quando ela deixa cair o lenço dois passos adiante, ele diz:

- Ei... fofinha!

Ela se abaixa bruscamente, recolhe o lenço à bolsa, vira para trás e explode:

- Fofinha é a puta que lhe pariu!

E segue em frente com seu andar provocante em busca de uma alma que saiba a diferença entre um corpo de mulher e uma almofada.

Ato de confissão

"Eu pecador, me confesso ao padre..."

Como confessar ao padre certas iniquidades que fazia trancado no banheiro e não confessava nem sob tortura de minha mãe? Como confessar a um estranho, mesmo se dizendo representante de Deus, que havia segundas intenções quando levava a jega para comer milho no barranco? Ora, se Deus é onisciente e onipresente, então para que confessar a um dito Seu representante tudo aquilo que Ele já sabia?

E foi com esses pensamentos que me ajoelhei no confessionário no ato da primeira comunhão. E falei daquilo que devia falar: da minha mãe que solava meu lombo com o cinto do meu pai por causa do arengueiro do meu irmão mais novo; dos cascudos que levava do meu irmão mais velho porque não me submetia a ser seu escravo; do pão que o Diabo amassou que eu tinha que comer todo santo dia.

Se segurava vela, apanhava do namorado da minha irmã; se relaxava, apanhava da minha mãe. Era uma vida sem muitas opções. Não sei se o padre entendeu, não sei se Deus me perdoou. Sei apenas que levei uma surra memorável da minha mãe para não desdenhar das coisas sagradas e mastigar a hóstia consagrada como se estivesse comendo um sanduíche da McDonald’s. Não sei de onde ela tirou essa ideia se naqueles tempos não havia McDonald's.

Ai se ela descobre que o catecismo que eu lia era o do Zéfiro!

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Perdidos e achados em Brasília I

Em uma noite de Primavera de 1985 três perseguidos políticos do polo petroquímico de Camaçari vagavam pelos bares das cidades satélites de Brasília. No último que entramos, perguntamos se havia "folha podre". Um moço que bebia ao pé do balcão nos olhou curioso e disse:

- Esse negócio de folha podre é coisa de baiano.

- E somos - respondi.

Travamos conversa até a madrugada. Ele era caminhoneiro e estava indo para Vitória da Conquista. Nós estávamos acampados na Fetag, no Núcleo Bandeirantes, com mais oitenta companheiros em busca de reparação política. A ordem era pressionar os deputados. Afinal, o sindicato representava mais de sessenta mil trabalhadores e era a menina dos olhos dos políticos em tempo de eleição. 

- Eu deixo vocês na Fetag.

Aceitamos. O dinheiro era escasso. A ditadura assaltou nossos direitos. Entrei na cabine com o companheiro Marins. O outro subiu na carroceria e se meteu debaixo de uma lona para se proteger do frio.

Chegamos ao nosso destino, descemos e agradecemos a carona. No outro dia, na fila do café, outro colega nos perguntou:

- Sales não saiu com vocês ontem?

Olhei espantado para Marins. Esquecemos de acordar Sales e pelo andar da carruagem ele já devia estar bem longe.

 

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Medo ou respeito?

O medo na simplicidade ou a simplicidade do medo. Ou, como dizia o meu pai, quem não deve, não treme.
O meu irmão Nininho era supervisor do Censo lá pras bandas do Junco. Um dia ele resolveu passear nas roças para saber se os recenseadores estavam fazendo o trabalho direito. Na primeira casa que bateu, atendeu uma senhora, cigarro de palha nos lábios:
- Bom dia, minha senhora. Seu marido está?
- Quem deseja falá cum ele?
- Diga que é Nininho, sou supervisor do Censo do IBGE e queria fazer umas perguntas a ele.

A mulher jogou o cigarro no chão, entrou apressada, pulou pela janela da cozinha e saiu correndo para roça, gritando:
- Se esconde, Bié, que o ôme do governo veio lhe prendê!


Uma escolha difícil

Quando eu fiz quinze anos a minha mãe me perguntou:
- Ô, menino malino, o que você prefere como presente de aniversário: uma viagem pra Disney ou uma noite no brega?
- Ôxente, maínha, que pergunta mais besta! Que goitana vou fazer na Disney?

Sem sinal

A pandemia, além de consumir a nossa saúde, engoliu o sinal de celular. Em alguns lugares nem subindo em coqueiro a gente consegue uns traços. Precisando fazer uma ligação urgente no centro da cidade, perguntei a um guarda onde havia sinal forte de celular. Ele me olhou incrédulo e respondeu:
- No presídio!

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Dos nomes que a gente tem


Aqueles que nunca tiveram um apelido na infância, jamais terão uma boa história para contar. Se batizar João, se crismar João, se formar João e morrer João ou outro nome qualquer, que graça tem? Êta vida besta, meu Deus! A verdadeira felicidade consiste em se ter um nome para cada ocasião. Quem não tem, trate de inventar um.
Jorge Silva Pacoa, o dileto sobrinho de Maricas Coxeba, empacou ao ler um livro meu e descobrir que a sua tia, uma Guimarães de rocha, tinha esse apelido. Ao contrário do povo do Junco que todo mundo foi, é ou será Cruz e o que diferencia uns dos outros são só os apelidos, o povo de Inhambupe tem essa mania de grandeza com o nome e sobrenome, apesar de agora abundar os “dos Santos” e “da Silva”. Vou lhe processar! disse-me ele com todos os sinais gráficos do mundo. Desafiei-o: vamos ao Junco saber se lá existiu alguma Maria José Guimarães. Ele foi. Andamos de boteco em boteco entrevistando o povo, pagando cachaça a uns, tira-gosto a outros, e ninguém nunca ouvira falar nesse nome. Nem os mais velhos, nem os mais moços, nem os que ainda iam nascer. Mas quando a pergunta era sobre Maricas Coxeba, ah! todo mundo abria um largo sorriso: foi uma grande mulher! Até os fedelhos diziam que sabiam quem era. Ou melhor, quem foi.
Maricas Coxeba foi a mulher mais importante do Junco, depois da primeira-dama e da esposa de Zé do Padre, o motorista do ônibus que acordava o povo às cinco da manhã para conduzi-lo até Alagoinhas. Escrivã da terra, aquela que escrevia “é verdade e dou fé”, se se candidatasse a prefeita ganhava de lavagem. Mas como a política é machista, nunca lhe deram essa chance.
Devo a ela a minha sobrevivência. Sem ela, seria um moço mais triste do que sou hoje. Ou melhor, já teria morrido de tristeza. O que ela fez por mim é digno de entrar nos anais da história.
Era um dia de sol, como todos os dias eram, e o meu irmão mais velho, famoso no lugar por ser jornalista em São Paulo, chegou na surdina para tomar um copo de umbuzada, coisa que em São Paulo não tem, disse ele. Quer dizer, acho que disse, pois eu era pequeno e não me lembro bem. Foi uma festança. Meu pai mandou matar um carneiro e as mulheres da redondeza ocuparam o terreiro. Era mulher que não acabava mais, cada uma carregando uma cesta de umbu.

No auge da festa, ele prestou atenção em mim. Era a primeira vez que eu o via. Perguntou à minha mãe:
- Mamãe, como é o nome desse moleque?

- Moleque – respondeu ela, carinhosamente sentido asco.
- Não. Falo do nome de registro.
- Tonho de Lisboa.
- Tonho de Lisboa?! A senhora não sabe que isso não é nome de gente?
- Olhe pra ele: vê se isso é gente!
Ele me olhou penalizado, me deu um cascudo que afundou a minha moleira e retomou a conversa.
- A senhora não sabe que maltratar animal é crime?
- Mas ele não é um animal. É só um coisa. E Tonho de Lisboa é só um nome.
A maioria dos Tonhos de Lisboa se suicida antes de completar os quinze anos.
- Sei disso. Foi por isso mesmo que dei esse nome a ele.
- E papai, o que diz?
- Toda vez que olha pro moleque, ele diz: “Se tivesse nascido mais feio podia matar que era monstro”. Satisfeito?
- Não. O moleque ainda tem jeito. Vou falar com Maricas Coxeba.
Assim falou Zaratustra. Não sei o que ele fez para convencer a escrivã a mudar o meu nome, só sei que, graças a ela, consegui me livrar de ser um Tonho de Lisboa e transpor a adolescência sem a vontade de me matar.


De pai pra filho


Um momento de ternura entre pai e filho que não se repetirá mais. Certa vez perguntei ao meu pai o que ele falava nesse instante. Ele me disse:
- Falei ao seu irmão: "Meu filho, que bom que você se tornou alguém na vida!"
- E o que ele respondeu? - perguntei.
- Ele me respondeu: "Devo tudo isso ao meu irmão Toninho. Se não fosse ele, eu não seria ninguém". Como assim?, perguntei, surpreso. E ele me disse: "Papai, toda vez que olhava para aquele moleque correndo atrás das cabras, eu dizia a mim mesmo: quero ser qualquer coisa na vida, menos igual a esse coisa ruim!"

De pai pra filho.

Ele dizia:
"Um homem sem seu chapéu
É um homem sem cabeça.
Um homem com seu chapéu,
É simplesmente um homem."

Não necessariamente assim.
Mas era como se fosse.
Nem ia mais à missa
Apesar de toda a devoção,
Porque na igreja era obrigado
A entrar sem seu chapéu.

Foto do dia do lançamento do livro "O cachorro e o lobo", de Antonio Torres, na Fundação Jorge Amado (Pelourinho), em 1997.


O analista que não é de Bagé

♪ ♫ Aí um analista amigo meu / disse que desse jeito não vou viver satisfeito... ♫ ♪ 

No meu eterno conflito existencial, indicaram-me um analista. Analista de madame, afiançaram-me. 

- Você já teve uma calça Lee legítima? - me perguntou o tal analista. 
- Não. Tive a Faroeste. Legítima. Comprada no camelô da Feira do Pau, em Alagoinhas. 
- E Kichute. Já teve um Kichute? 
- Não. Só usava Conga. 
- E cueca Zorba? Já usou uma Zorba, a que deixa o passarinho solto? 
- Que nada! Só samba-canção da feira da Sulanca, em Caruaru. 
- E o relógio Citizen, automático e 21 rubis, já teve um? 
- Não. Só um Seikuzinho de camelô. 
- E cigarro? Fumava Carlton, Marlboro ou Camel king size, filter? 
- Não. Só escora-carroça. Os famosos arromba-peito: Astória e Continental sem filtro, que me deixaram sem pulmão. 
- Como assim? 
- Enfisema, doutor, enfisema... nos dois pulmões. 
- E você ainda não morreu? 
- Já. Só que se esqueceram de me avisar. 
- Ah! Então faça o favor de ir embora. Seu caso não tem solução. Peça à atendente pra devolver seu dinheiro da consulta. E não apareça mais aqui que não sou pastor pra fazer milagres.


quinta-feira, 21 de maio de 2020

Devolvam minha era de Aquário!

O oftalmologista me entregou uma tabela de letras ordenadas aleatoriamente e me disse:

- Diga qual a que você vê melhor.
- Todas, mas pra não perder tempo, direi as miudinhas: a, i, z, p.
- Tá enxergando bem. Vamos pra distância. Comece pelas menores.
- p, s, t, v.
- Meus parabéns, você não precisa mais de óculos.
- Doutor, acho que fiquei com visão de Raio-X.
- Como assim?
- É que estou vendo a calcinha da sua atendente.
- Puta merda, já disse pra ela não vir trabalhar com vestido transparente!

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Pai João, de Jorge de Lima, é a alegoria histórica da era escravagista

Para entender o texto é preciso ouvir o poema.





Da escravidão negra no Brasil, tudo se fala, tudo se cala, ou até mesmo há quem negue a história de sofrimento do negro trazido a ferro e a fogo nos infectos porões dos navios tumbeiros, talvez como forma de se aplacar o grito de dor solto da garganta dos condenados ao suplício das senzalas que ecoa sem clemência na demência e consciências amorfas. Mas não adianta, por mais que se regurgite essa mancha negra na constituição da “pátria brasilis”, porque essas vozes suplicantes estão presas no recôndito de nossa constituição e percepção moral e ética.

A civilização europeia, em pleno gozo do Iluminismo, entra de ponta-cabeça no capitalismo e transfere o feudalismo para suas colônias; a Igreja, piedosa e justa, lucra com o sofrimento de seres humanos sob a desculpa de que não possuíam alma; um deus de amor e bondade a quem diligentemente a Igreja representava, digladiava com os deuses africanos, e nessa guerra de santos e demônios a corda arrebentava do lado do desventurado.

“Senhor Deus dos desgraçados, dizei-me vós, Senhor Deus, se é loucura... se é verdade tanto horror perante os céus?!” E o então deus branco respondia potencializando a força da chibata e minando a resistência do desditoso preso no pelourinho.

A vinda da Família Real e a consequente independência do Brasil mexeu com a consciência de alguns bem-aventurados. Abolicionistas surgiam em todos os cantos e recantos ao longo do Império. Muitas leis se fizeram para aliviar a escravidão, mas eram só paliativos, um “cala a boca” à oposição. No meio do caminho do governo imperial houve uma guerra, a do Paraguai, e muitos negros escravos que foram guerrear como bucha de canhão, retornaram heróis ou bravos guerreiros e foram alforriados pelo Imperador. Mal o cheiro da pólvora assentou, o Nordeste foi tomado por uma seca que dizimou mais de quinhentas mil almas. Não havia água de beber nem comida para a casa grande, então as senzalas foram abertas e os escravos ficaram ao léu. Por falta de escravos, em 1884 a abolição foi decretada no Ceará. Já no Sul e Sudeste, por causa da proibição de se traficar escravos, a imigração ganhava corpo e os negros foram sendo substituídos gradativamente pelos assalariados asiáticos e europeus. Foi nessa época que o Brasil passou a viver a dinâmica do capitalismo:  construções de estradas de ferro, implantação do sistema bancário, exportação de café e industrialização.

Nesse contexto, a pressão dos escravizados ameaçava explodir as portas das senzalas. Grupos de abolicionistas se uniam com escravos alforriados e davam fuga aos negros cativos. Quilombos se formavam aos montes por todo o país. Senhores foram obrigados a negociar salários com os escravos e a escravidão dançava na corda bamba. Vozes importantes ecoavam na literatura, na imprensa, na política, aqui e também na Europa. O Brasil era o único país a manter a escravidão e a pressão ecoava forte nos salões e na senzala do Paço Imperial, ameaçando derrubar o Império. E para não perder o bonde da História, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, e ficou conhecida como “Redentora”, pincelando a abolição da escravatura com as cores imperiais, negando a histórica luta e resistência dos atores abolicionistas e dos escravos alforriados ou não, cujas aspirações libertárias começaram a partir da formação de mocambos e quilombos ao longo de mais de três séculos, sendo que o Quilombo dos Palmares foi sacramentado como símbolo de resistência e luta pela liberdade.

Com ou sem a Princesa Isabel, a abolição era um fato. “Redentora” seria se depois da promulgação da Lei Imperial 3.353 (Lei Áurea) também houvesse um amparo econômico-social aos setecentos mil escravos libertos que não sabiam para onde ir ou que atitude tomar diante de um mundo livre por decreto, mas que o tornaram escravos das necessidades e povoavam as estradas e cidades como zumbis desorientados.  

Deste modo, os pais joões que encharcaram de sangue as senzalas e os campos e ainda serviram de cavalo para sinhozinhos montar; as mulheres dos pais joões que amamentaram os futuros algozes dos seus próprios filhos; as filhas dos pais joões que foram mucamas para as senhoras e senhorinhas e na folga viravam escravas sexuais, nessa Pátria Amada Mãe Gentil, onde quer que se vá, onde quer que se pise, há o sangue talhado de Pai João adubando a terra, há o suor escorrido e escarrado de Pai João molhando a relva e os jardins, há o lamentoso banzo de Pai João em noites de senzalas nas nossas consciências amassadas.




quinta-feira, 7 de maio de 2020

A gênese

E eis que, nalgum ano de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelas mãos da parteira Tindole, nasceu na Fazenda Pilões u'a bela criança que veio para contrariar o mundo. Riu, em vez de chorar, para espanto das primas que já o vaticinavam um safado de marca maior. A sua mãe, ainda em estado de êxtase, pois o rebento lhe parecia um príncipe zárabe, soprou um desconjuro quando o menino, que mal abrira os olhos, perscrutava curioso o ambiente, detendo-se nos fartos seios de sua prima Carlinha:
- Quero mamar! Quero mamar!
- É um príncipe - disse a sua mãe.
- É um tarado! - vaticinou a parteira Tindole que ainda lavava suas partes íntimas e sentiu uma pequena, mas significante ereção.
Seu pai, homem da roça, largou a lida do campo, compareceu ao quarto, olhou o rebento e saiu contrariado e resmungando:
- Essaí vai dar trabalho! Essaí vai dar trabalho!
Meteu-se num copo de cachaça, acendeu um cigarro de palha, olhou para o horizonte e viu um lindo pôr de sol por detrás do Cruzeiro dos Montes. Então resmungou sublimado:
- Esse corno vai ser poeta!



Redundância

Procurou o amigo médico e disse que estava com conjuntivite nos olhos. O médico o examinou e depois de prescrever a receita, comentou:

– Não fale mais que está com conjuntivite “nos olhos” porque isso é pleonasmo.

Agradeceu ao amigo e retornou a seus afazeres profissionais. No trabalho, os colegas quiseram saber sobre a doença.


– Estou lascado! Pensei que era conjuntivite, mas o médico me disse que era pleonasmo.