quinta-feira, 26 de abril de 2012

Das coisas que não entendo e não encontro explicação

O Museu do Descobrimento do Brasil, na cidade de Belmonte, Portugal, conforme alguns vídeos, é coisa do primeiro mundo – só tinha que ser, né? Totalmente interativo, contém um erro histórico: o índio que recebeu Cabral usa roupa de tecido industrializado e o arco e flecha é de um primoroso acabamento a torno. 

No entroncamento da AL-101 com a cidade histórica de Marechal Deodoro e a paradisíaca Praia do Francês, o prefeito resolveu erguer um painel em tamanho natural representando o dia que Marechal Deodoro tirou o chapéu e gritou “Viva a República.” O tal painel foi feito em segredo, coberto por tapumes. No dia da inauguração, o prefeito, orgulhoso e sorridente, pôs abaixo os tapumes sob aplausos e hurras. Eis que o grito de um gaiato no meio da multidão pois limão no sorriso do prefeito e dos seus puxa-sacos: 

- Mas esse aí é Dom Pedro no Grito do Ipiranga! 


Na Salvador de ACM prefeito, ele contratou os serviços profissionais do escultor Mário Cravo para fazer um monumento à mulher baiana no pé do Elevador Lacerda. No dia da inauguração Mário Cravo anunciou orgulhosamente sua obra de arte como “a sensualidade da mulher baiana” e foi muito aplaudido pelos puxa-sacos de ACM. Os que não tinham o que fazer e foram ver a inauguração, juntamente com alguns bêbados do Mercado Modelo, só conseguiam enxergar dois pares de sacos escrotais em oposição. Um gaiato resolveu quebrar o clima de beija-mão de ACM: 

- Mas isso aí tá parecendo os culhões de ACM! 

E, durante décadas, o que valeu foi o grito do gaiato. 

Não sou especialista em arte, principalmente, pintura, mas tenho por mania ser escravo da linha do tempo. A foto acima é de um quadro de um famoso pintor lá pras bandas do chão de Graciliano Ramos, afixado na antiga estação de trem de Quebrangulo onde hoje funciona um restaurante, e retrata bem a falta de compromisso do artista em ser fiel ao espaço-tempo, principalmente quando se pinta de memória. 

O trem deixou de correr nos trilhos nos anos setenta, portanto, o pintor deveria tomar essa década como referência, mas maculou sua obra de arte ao colocar a logomarca dos Correios e Telégrafos criada em 1990. E mais: pôs um orelhão de telefone público na porta da agência postal, coisa inexistente na cidade à época das locomotivas. 

É como diz o ditado: de bunda de nenê, da caneta do juiz e da cabeça do artista a gente nunca sabe o que vai sair. 


Um comentário:

Toninho disse...

Mandou bem xará.
Esqueceu do monumento de Cleristond Andrade, que faz referencia a acustica, mas que é conhecido como o Anus dele.Dizem que foi ACM por divergencias politicas sabidas.
A BANDNEWS lançou um movimento sobre os monstrumento(monumentos monstros)
Um abração amigo.
Bom fim de semana.