“O
desamor é o espelho do orgulho ferido”
Konde
Rasputin d’Latra Véia
Como
não me lembro d’ocê, menina!? Você fazia aquela dieta radical para entrar na
garrafa e emagreceu tanto que usava Band-aid como absorvente íntimo. Eu
brincava com a fragilidade delgada do seu corpo quando lhe via desnuda e dizia “Se
engordar vinte quilos fica magra!”, e você ria feliz, e me abraçava, e me
beijava, e me amava, e dizia que eu era o Antonio Conselheiro da sua Canudos e que
me amaria para sempre, mesmo que o Exército da República me destroçasse em mil
pedaços nos seus canhões, e eu lhe respondia fazendo toc-toc na mesa das utopias:
“Vira essa boca pra lá!”, e você me calava com um beijo e dizia: “Bobo!”, porém
quis a mão do Destino me mostrar que o sempre só durou até o toque das cornetas
em prenúncio de massacre, e você foi embora com o capitão inglês, sangrando meu
coração com a baioneta do abandono, submergindo meu peito num açude de lágrimas,
indiferente ao último apelo de um náufrago das ilusões desnudas:
-
Por favor, deixe ao menos os discos de Elomar!
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