Eram tempos de sonhos, de se montar na cauda de um cometa e cavalgar
pelo infinito em busca do pote de ouro no fim do arco-íris das galáxias.
1975, ano em que Josafá desmaiou de tanto caçar guerrilheiro no sol escaldante de céu límpido de abril nas ruas solitárias de Alagoinhas. Teve o azar de quebrar a coronha do fuzil na quina do meio fio e morreu de tanto apanhar para confessar quem era seu contato de Cuba que mandou destruir as armas do quartel. E quando cheguei em casa, atordoado com a notícia, a minha vizinha tocou essa música na sua radiola Taterka Linear estereofônica e automática, não sei se foi por sacanagem, mas a música foi repetida cinco vezes, e a cada vez ela aumentava o volume. Tirei a verde-oliva do corpo e fui para Zefão afogar as minhas angústias, porque os puteiros eram os melhores lugares para se sossegar um coração inquieto e uma alma em revolução. E lá, com certeza, não tocaria Azimuth.
Descansa em paz, Josafá!
Um comentário:
Nunca esperei te ti,de suas agruras sentimentos de verdadeira constância!E agora vejo redemoinhos nas esquinas,e planas,em geral os descampados,mas da alma redemoinhos,cor de azul´cobato,já lhe disse meu coração,agora tudo que tem verbo procolo,dessa ânsia livre de livro,o que mais estimo,são as canções que se parecem natimortas,e natimortos são os corações de vermelho carmim;A idade das palavras,serão de ti teus rins,e se viveres a poesia,náufrago das tuas próprias ilhas;Não comeste de mim,o fruto oferecido,vã a da mulher,a palavra,a da vida o cinto preso,desses ais, meus jamais, romperás as portas de zinco,traiste-me ao não mostrar a beleza desse cantinho de pandora,que seja,darei-te ilhas,suas mais ocultas de amor;O que eu souber compor serás contra ti,absinto,sei o torpor,tu,não!Estenderei-me daí!!Até poeta,mas que é lindo é!!
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