segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O carrossel


A primeira vez que vi um carrossel foi numa noite de Natal, depois de admirar a lapinha de tia Pureza. Meu irmão João me pegou pelo braço e me arrastou para o meio da praça, onde fiquei extasiado vendo os cavalinhos subindo e descendo, e a roda girando, e os cavalinhos subindo e descendo, e a roda parando, e o povo descendo, e outros descendo de suas montarias de verdade e subindo nos cavalinhos de madeira que subiam e desciam, e eles riam como crianças ganhando brinquedo. E agora, em frente a esse carrossel, me vejo deslizando nas lembranças e vendo o moço empurrando o carrossel, colocando a roda para girar (não havia eletricidade no Junco) e alimentando os sonhos de quem sequer imaginava que existisse papai noel.

Eram tempos arcaicos, mas a felicidade era autêntica.

 

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