A primeira vez que vi um carrossel foi numa noite de Natal, depois de
admirar a lapinha de tia Pureza. Meu irmão João me pegou pelo braço e me
arrastou para o meio da praça, onde fiquei extasiado vendo os cavalinhos
subindo e descendo, e a roda girando, e os cavalinhos subindo e descendo, e a
roda parando, e o povo descendo, e outros descendo de suas montarias de verdade
e subindo nos cavalinhos de madeira que subiam e desciam, e eles riam como
crianças ganhando brinquedo. E agora, em frente a esse carrossel, me vejo
deslizando nas lembranças e vendo o moço empurrando o carrossel, colocando a
roda para girar (não havia eletricidade no Junco) e alimentando os sonhos de
quem sequer imaginava que existisse papai noel.
Eram tempos arcaicos, mas a felicidade era autêntica.
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