segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Enquanto a chaleira não chia

Eu queria desvendar o segredo

De gravar os versos que não te fiz,

De sentir o gosto do teu batom

Nas palavras que não se diz.


Consumir o oxigênio ardente

Da tua boca que não beijei

Provocar o rubor pálido

Na ponta aguda do teu nariz.


Procurei os alquimistas. Otimista

Com suas fórmulas universais...

Vieram os druidas e seus caldeirões

De  porções mágicas e segredos vegetais.

Vieram até as bruxas do amor

(no meu poema há bruxas, não deusas)

E suas verdades quânticas...


Nada me revelaram e ainda surrupiaram cem!


E os versos que não te fiz,

As palavras que não te falei,

O beijo que não te dei,

O rubor pálido de teu nariz

Foram arrastados pela enxurrada

Das lágrimas que não chorei.

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