Em 1501 a expedição do navegador Gonçalo Coelho, em mapeamento do achado de Cabral, sob o comando cartográfico de Américo Vespúcio, parou ao pé da Ladeira da Montanha para trocar o óleo e depois provar do tira-gosto de lambreta no Mercado Modelo, cuja fama do poder afrodisíaco desse marisco singrou os sete mares. Entre um copo de Januária e outro, um velho marinheiro, mascando fumo de Arapiraca, perguntou a uma das inúmeras mulheres suspeitas do Meia Três, então o brega mais famoso de Salvador, que ainda não se chamava Salvador nem era a capital da Bahia e nem existia no Google Maps nem no Wikipedia:
- Como é o nome dessa baía?
- Ô, meu rei, eu não sei não.
Acho que não tem nome não. A gente chama só de Mar Grande.
Américo Vespúcio se interessou
pela conversa:
- Que porra é essa?! Um lugar
tão bonito e não tem nome? - foi uma "porra" histórica que até hoje
ecoa nas bocas sujas baianas.
- É que a gente cansou de dar
nome às coisas e depois os vereadores vêm e colocam nomes de políticos ou então
dos seus parentes! - respondeu a dona do bordel.
- Então, já que não tem nome,
dá-lo-ei em nome del-rey: que dia é hoje do mês? - perguntou ao velho
marinheiro que acabara de lacrimejar e tossir por causa do molho de pimenta
malagueta.
- Primeiro de novembro.
- Então chamar-se-á Baía de
Todos os Santos.
- Baêêêêa, minha porra! –
gritaram os nativos e cantaram o hino do Bahia que ia ser composto cinco
séculos depois. Por isso que tem aquele verso que diz “ninguém nos vence em
vibração”.
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