domingo, 9 de agosto de 2009

O Escritor, O Poeta e o Blogueiro




O escritor de um lado, o compositor do outro, e eu no meio. Assim foi o grande encontro no saguão do Hotel Kalilândia, em Feira de Santana, Bahia, para o Colóquio Internacional Eurico Alves Boaventura, realizado pela Universidade Estadual de Feira de Santana.

Antonio Torres, o escritor, não conhecia Carlos Pitta, o compositor. Nem suas músicas. Por outro lado, Carlos Pitta conhecia Antonio Torres através da mídia e dos livros. E eu, o blogueiro, espremido entre eles, conhecia os dois. O primeiro por ser meu irmão mais velho, o exemplo a ser seguido segundo a minha mãe quando me pegava na traquinagem; o segundo, músico, poeta, compositor e produtor musical Carlos Pitta, responsável pela música Cometa Mambembe, em parceria com Edmundo Carôso. Esta música, mistura de frevo, baião e galope, era e continua sendo uma das músicas mais executadas nos carnavais onde imperam o frevo e as marchinhas, sendo gravada, também, por forrozeiros famosos e tocada nos rala-buchos e bate-barriga.

Foram três dias de convivência com Carlos Pitta, tempo suficiente para descobrir que por trás de sua alma poeta se esconde um grande contador de causos e anedotas. Carismático, por onde passa recebe o carinho do público feirense, sua terra natal, que o saúda com o refrão “tenha fé no azul que está no frevo/que o azul é a cor da alegria...” para deleite do mesmo. Também curou a rouquidão de Antonio Torres, que desembarcou na Bahia completamente afônico. Sem a feliz intervenção homeopática de quem sobrevive da voz, o escritor teria que pedir a alguém para ler o seu discurso de encerramento do Colóquio.

Na sexta-feira, dia 31 de julho, apesar de termos farreado até meia-noite, ele acordou às seis da manhã para gravar estes dois vídeos abaixo, falando do seu novo cd e da sua obra-prima, Cometa Mambembe. A nossa intenção era ter a sinfonia matinal da Praça Kalilândia como música de fundo, porém o concerto urbano em Feira de Santana está começando bem mais cedo do que o despertar dos pássaros.

Mas, felizmente, foi possível harmonizar o homem, o poeta e a natureza.



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