E se a Idade Média não tivesse existido? Certamente ainda seríamos trogloditas e estaríamos poupados de certos vexames televisivos, tipo BBB, Gugu e Faustão. A Ponte Rio Niterói seria miragem e apagão aéreo seria crônica futurista. Não haveria classe média e as cavernas iluminadas por potentes tochas de óleo de baleia seriam condomínios de luxo.
A Idade Moderna surgiu do lampejo visionário dos alquimistas que procuravam a luz no fim do Túnel Rebouças para iluminar a escuridão cavernosa da Era Medieval. Descobriram o querosene de avião e ficaram sem saber o que fazer. Um alquimista mais inteligente inventou a pólvora, e outro, de nome Fiat Lux, mais inteligente do que o primeiro e o segundo, colocou um pouco da pólvora na ponta de um graveto. Aconteceu que o alquimista inventor do sapato com salto e solado de couro alemão resolveu pegar o graveto com a pólvora e friccionar na sola do sapato para tirar uma titica de cachorro encravado entre a sola e o salto. O atrito causou a combustão da pólvora e o alquimista, assustado com o fogaréu instantâneo, jogou o graveto longe e fez o sinal da cruz, pensando tratar-se de bruxaria dos colegas. A Mão das Invenções Casuais desviou o graveto para o barril de querosene de avião, que pegou fogo e queimou por várias noites e vários dias, e o calor gerado fundiu as junções das eras.
O alquimista que havia inventado o cigarro, e que só podia fumar quando havia tempestade, pegou um graveto seco, acendeu nas labaredas históricas, e pôde pitar numa boa.
Assim, do acaso que criou o fósforo primitivo, acendeu-se a chama que iluminaria a Idade Moderna e acenderia o cigarro de muitos viciados. O único inconveniente da época era ter que se levar um graveto grande no bolso, um tambor com querosene numa mão e o alquimista do sapato na outra.
Se não existisse a Idade Média, o grande marco da Modernidade, a Imprensa, não seria inventado e José Sarney reinaria sem contrariedade na Caverna Central sem que seus súditos soubessem dos atos secretos nomeando parentes e agregados. E Renan dos Bois de Ouro continuaria comendo a Chapeuzinho Vermelho enquanto a vovozinha da cidade de Murici tomava conta dos netinhos.
Banhando-se de cuia ou de rio, comendo frutas e animais silvestres, fazendo suas necessidades fisiológicas na mata, transando sexo nas moitas de capim, improvável que houvesse Copa do Mundo de Futebol e que os brasileiros tivessem que agüentar Romário, Ronaldo “Fenômeno”, Adriano, Galvão Bueno e toda tropa de elite do futebol até o ano 2014, e ainda chamar a isso de Orgulho Verde-Amarelo.
Vai que é tua, Taffarel!
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