Por Antonio Torres
De Bernard Shaw |
Foram extraídas do Pequeno breviário shawiano, publicado como apêndice do seu Socialismo para milionários. Brevemente: o irlandês George Bernard Shaw (1856-1950), famoso autor de Pigmalião — peça mundialmente conhecida pela adaptação musical como My fair lady —, “foi uma das personalidades mais originais e mais poderosas de sua época”, no dizer de Paulo Rónai, que traduziu e prefaciou os textos dele mencionados acima. Agora, divirta-se:
Governo – “Somos governados por uma administração pública que possui poder tão enorme a ponto de seus regulamentos tomarem o lugar das leis, embora muitos deles sejam feitos apenas no interesse dos funcionários, sem a menor consideração pelos interesses e até pelos direitos do público.”
Justiça – “Quando um homem quer matar um tigre, chama isso de ‘esporte’. Quando o tigre quer matá-lo, o homem dá a isto o nome de ‘ferocidade’. A distinção entre crime e justiça não é menor.”
Progresso – “A idéia de que houve qualquer progresso desde a época de César (menos de 20 séculos) é absurda demais para entrarem discussão. Toda a selvajaria, a barbárie, o obscurantismo e todo o resto de que nós guardamos lembrança, no passado, existe no presente momento.”
Felicidade – “Uma vida inteira de felicidade? Ninguém agüentaria: seria o inferno na Terra.”
Infelicidade – “Há duas tragédias na vida: uma, a de não alcançarmos o que o nosso coração deseja; a outra, de alcançá-lo.”
Escravidão – “A escravidão atingiu o seu ponto culminante em nossa época sob forma de trabalho livremente assalariado.”
Boa sociedade – “Em nossos dias, homem de boa sociedade é quem tem bastante dinheiro para fazer o que fariam todos os tolos se pudessem, quer dizer, consumir sem produzir.”
Burguesia – “Um homem moderadamente honesto com uma esposa moderadamente fiel, sendo ambos bebedores moderados numa casa moderadamente saudável, eis o verdadeiro tipo da classe burguesa.”
Casamento – “O casamento é popular por combinar o máximo de tentações com o máximo de oportunidades.”
Civilização – “A civilização é urna doença devida à prática de construir sociedades com materiais podres.”
Humanidade – “Nas artes da vida o homem nada inventa; nas da morte, porém, ultrapassa a própria natureza e produz por meios químicos - e mecânicos - toda espécie de peste, fome e outros flagelos.”
Lar – “O lar é a prisão da moça e o hospício da mulher.”
Tem mais para o seu divertimento. É só pesquisar.
Um comentário:
Algumas tiradas são engraçadas mas não posso classificar esse texto apenas como engraçado porque as pérolas do Bernardo são deveras interessantes. Legal foi o Antônio coordenar essas tiradas e passá-las para nós.
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