Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... Esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
A Canção do Dia de Sempre - Mário Quintana
Há um tempo para tudo –verdade incontestável- e o tempo das férias de 2011 acabou. No mês de fevereiro recomeça mais um ano de trabalho, de desafios, de sonhos que esperam para serem realizados e, de minha parte, a disposição de sempre.
Todos os anos era hábito tirar uns dias para viajar e o restante ficar por aqui, recebendo parentes e amigos, aproveitando o que a cidade de Maceió e seu entorno nos oferecia. Visitar parentes e amigos, descansar, por a leitura em dia, sair sem compromisso, ver filmes, dormir até mais tarde sempre foi meu padrão de férias perfeitas. Este ano, família de comum acordo, resolvemos “ciganear” um pouco.
Somos o que somos e nenhum cenário muda isso ou ainda como me lembrou nosso cronista José Cláudio Cacá citando Vandré “A vida não muda só com a gente mudando de lugar”. Gente é o que me interessa mais e não as paisagens e monumentos por mais belos que sejam, então, mesmo de férias, meu olhar de educadora registrou como pode o que viu e ressignificou cada momento vivido e cada cenário visto.
Devo dizer que, embora tenha viajado cerca de 4.500 km, me encantado com paisagens paradisíacas, exóticas, inusitadas, lamentado por algumas cenas e cenários, revisto com prazer lugares e pessoas queridas, a viagem maior sempre foi a interior.
E, por óbvio, nem tudo funcionou como num roteiro de filme. Há que se registrar também as intempéries de qualquer travessia: pequenos aborrecimentos, contratempos, crise alérgica, insônia, pés inchados, dores lombares, calundus, TPM, saudades...
Não dirijo e agradeço a disposição do meu companheiro para cumprir o roteiro programado quase que na sua totalidade. Ao final, o cansaço e a vontade de voltar para casa falaram mais alto e deixamos um trecho para fazer qualquer dia desses.Garanto que me esforcei para ser uma “co-piloto” razoável: câmera na mão para não perder nenhum detalhe especial da paisagem, cantarolando as musicas que tocavam no mp3 do carro para espantar o sono, oferecendo água, lanche...
O mais importante e o registro principal é o da alegria: a Bahia é sempre um encanto e como foi bom rever e conhecer pessoas tão especiais e queridas, como foi bom rever e conhecer lugares eivados de história, encher os olhos com a beleza de cada paisagem, como foi bom constatar com nossos próprios olhos o quanto este país mudou para melhor, ao longo desses anos.
E, certamente, muito mais do que para os adultos, para os adolescentes (Vinícius, meu filho, e Marx, um amigo seu que nos acompanhou), essa será uma inesquecível viagem de férias. Quantos lugares, pessoas, curiosidades, namoricos, imagens não guardarão, para sempre, em suas lembranças de juventude?
Muito do que vi certamente será mencionado nas reflexões que fiz e farei, ao longo do ano que, de fato, agora se inicia, como por exemplo, minhas impressões sobre as cidades visitadas, as histórias que ouvi, os personagens que conheci...
Mas isso já será outra crônica...
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