Informação é caso sério. Quando correta e precisa, proporciona uma vitória na guerra. Errada, leva o cavaleiro a dar com os burros n´água. Umas podem desencadear o horror; gosto daquelas que despertam o humor, desinformadas, nebulosas, parecem conversa de malucos, mas não são. E deixam o solicitante mais perdido ainda:
– Essa rua aqui vai dar na praça?
– Depende.
Depende da praça ou da rua? Não me esqueço de uma conversa que ouvi, na infância interiorana e nordestina, entre minha mãe e um vizinho. Ela queixava-se dos preços dos alimentos, da carestia generalizada. E ele, querendo corroborar com os seus argumentos:
– Pois é, Dona Anisia. Ainda há pouco mesmo, alguém falou ali que não sei onde um tantinho assim de feijão está custando não sei quanto...
E ela:
E ela:
– Pois é, isto é pro senhor ver.
Não tinha um dado, um número ou elementos precisos. Mas os dois entenderam e se entenderam.
Às vezes o desentendimento é que dá o tom da prosa, como esse diálogo entre dois colegas de trabalho. Um cochilava, o outro ouvia rádio. Diante da notícia bombástica do assassinato do beatle John Lennon, acordou o dorminhoco e disparou:
– Cara, mataram Paul Macáqui!
– Paulo Macaco? Em que morro?
– Morro nenhum, ignorante. Foi na Inglaterra.
Ouviu uma notícia e passou outra, não tinha uma informação correta. Mas nem por isso deixaram de se entender. E ficaram mais de meia hora falando sobre o assunto.
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