FOLCLORE
I
Lá nas terras
dos Dantas
Não tem rio
nem tem anta.
Tem o
Cruzeiro dos Montes
Em plena
linha do horizonte.
Reinam
cavalos encantados
Caiporas e
sacis peraltados.
O zumbi e o
seu pio estridente
Chupa o
ouvido do imprevidente.
Não é
folclore se falar do fogo-fátuo
Muitos foram
os que o viram de fato.
Mulher de
padre é mula-sem-cabeça
Vagando pela
estrada tão logo anoiteça.
O filho que
da mãe não tem gratidão
É o lobisomem
da Sexta-Feira da Paixão.
O saci vive
na mata a azucrinar
O caçador que
ousa lhe perturbar.
O “vulto”
pode ser a própria sombra
Do sertanejo
que com tudo se assombra.
II
Lá na terra
dos Dantas
Não tem rio
nem tem anta.
Tem o mito e
suas lendas a confundir
O pio da
coruja com o canto do zumbi.
A caipora na
mata precisando de fumo
E o caçador
desprevenido perdendo o rumo.
A
mula-sem-cabeça correndo sem parar
Atrás de um
padre para se confessar.
O lobisomem
em noite de lua cheia
Espojando-se
no campo de areia.
O saci precisando
seu cachimbo acender
E o inditoso
deve um fósforo oferecer.
O fogo-fátuo
e sua breve aparição
Em flashes de
luz de assustar o coração.
O “vulto” que
não parece perigoso
Mescla
folclore e história de Trancoso.
Assim é o
imaginário popular do sertão
Mitos e
lendas fervilhando em profusão.
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