Ela nem vem mais prá casa
Doutor!
Ela odeia meus vestidos
Minha filha é um caso sério
Doutor!
Ela agora está vivendo
Com esse tal de:
Roque Enrow! Roque Enrow!
Roque En!...
Rita Lee
Semana passada, ao zapear por sites de notícias e por uma famosa rede social, me deparei com a abundante irreverência da cantora Rita Lee, durante um show em Brasília, na Esplanada dos Ministérios.
Doutor!
Ela odeia meus vestidos
Minha filha é um caso sério
Doutor!
Ela agora está vivendo
Com esse tal de:
Roque Enrow! Roque Enrow!
Roque En!...
Rita Lee
Semana passada, ao zapear por sites de notícias e por uma famosa rede social, me deparei com a abundante irreverência da cantora Rita Lee, durante um show em Brasília, na Esplanada dos Ministérios.
Não pude deixar de rir, pois o gosto da imprensa pelo bizarro é inegável. ”Rita Lee mostra a bunda para a república” e outras manchetes na mesma linha correram mundo, mesmo não sendo novidade a irreverência, o “ato obsceno”, como disse alguém, já que noutro show, em Saquerema, ela fizera o mesmo.
Não aplaudiria seu gesto porque não é de minha natureza aplaudir atos de grosseria ou gosto duvidoso de quem quer que seja, mas convenhamos, Brasília já presenciou outros atos obscenos de verdade: violação de painel eletrônico, dinheiro na cueca, mala preta indo, mala preta vindo, cachoeiras de corrupção, privataria tucana, mensalinho, mensalão e outros atentados violentos a honra de cidadãos e cidadãs que pagam seus impostos. Quem se escandalizou?
É certo que mesmo aparecendo pouco na mídia a rainha do rock poderia passar sem o escárnio ou os ataques de falso moralismo de alguns para quem bunda exposta é insulto. Aliás, desde o fatídico episódio da visita da cantora numa delegacia de Aracaju, quando mostrou os dentes para os policiais de plantão, pouco ou nada se ouviu sobre ela na imprensa ou nas redes sociais. Seria esse o motivo que justificaria mostrar a bunda ao mundo?
Dia desses estive lado a lado com ela numa sala de aeroporto e não pude deixar de observar aquela senhora num corpo de mocinha anoréxica, com seus cabelos vermelhos e seu chapéu esquisito. Sorumbáticos, ela, seu companheiro Roberto de Carvalho, e mais dois de sua trupe, não trocaram palavra nem uns com os outros, enquanto aguardávamos o voo.
O tempo não para e quase sempre não é generoso. Lembrei-me dela e dele maravilhosos no palco de um show que vi há alguns anos atrás e tratei de tirar a vista daquela cena triste. Agora, pensando na confusão de Aracaju em que acabou na cadeia e pela qual está sendo processada, na foto de mau gosto que roda o mundo penso que, francamente, mostrar os dentes ou a bunda não acrescenta nem retira nada do talento da cantora, mas não é o tipo de manifestação que quero guardar na lembrança da maior estrela do rock nacional.
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