O velho, com seu olhar analítico repousado em dúvidas, cabisbaixo trafega pela rua tropeçando em si mesmo, a procura de um amigo, de um sorriso, de um cumprimento cordial.
Em meio a tantos, sente-se perdido sem mãos de afagos, sem convites, sem importância alguma para alguma coisa.
Seus amigos jazem no esquecimento da vida, pois cresceram tanto que desmediram o valor de uma amizade.
Rejeitam-lhe com olhares, afastam-se a ponto de nem lhes mostrar qual é a cor do sofá da sua sala, da cortina da janela, qual o gosto que tem o seu café, qual o sabor da sua comida, qual a temperatura do afago num abraço.
Terra de teres, onde os seres perdem os valores imagináveis que os possuam.
Muitos educam, mas não têm educação para juntar conhecimentos, muitos falam, mas não querem escutar, muitos brigam com afiadas línguas, cortantes feito navalha, mas não se dão ao luxo de vestir uma armadura e partir rumo ao campo de batalha.
Brigam em grupos, mas não erguem uma bandeira e desprezam seus guerreiros aliados de há muito esquecidos.
Casulos de intolerantes, inóspitos e rudes, não abrem as janelas da alma, para contemplar a chegada da primavera da vida. Teleguiados em faces books, curtem, mas não comentam por medo de não saber o que dizer de fato, se é que de fato tem algo a dizer.
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