sexta-feira, 12 de julho de 2019

O quadrado dos catetos matrimoniais


A minha prima ia se casar com um cara imbecil. Não, imbecil é pouco: uma besta ao cubo. Ou melhor dizendo: um imbecil que se orgulhava de ser uma besta ao cubo. Isso me tornaria primo por osmose de um imbecil que se orgulhava de ser uma besta ao cubo.

Um dia essa minha prima acordou azoretada porque descobriu que as minhocas que ela cultivava no quintal possuíam mais cérebro do que aquele que ela teria que jurar amor e fidelidade até a morte os separar. E se a morte tardasse a chegar? Chorou horrores e sentiu comiseração de si mesma. O tiro de misericórdia aconteceu quando ela pesquisava no Google e descobriu que ele fazia parte do MBL.

- Tudo, menos isso! Em filhinha que mamãe beijou, coxinha não põe a sua mão de anta! – confidenciou à sua melhor amiga, decidida a pôr um ponto final no namoro.
Quando ela me ligou para me avisar do fim do romance, confesso que dei pulos de alegria. Não teria mais um primo imbecil que se orgulhava de ser uma besta ao cubo e ainda por cima fã de carteirinha de Kim Kataguiri. E então eu disse a ele, como consolo:
- A minha prima foi quem perdeu a oportunidade de ter um marido com um QI igual ao QI de um vagão de trem!

Por ser uma besta quadrada, me agradeceu emocionado e me convidou para irmos ao boteco da esquina. Como não bebo, usei essa desculpa para declinar de sua companhia. Depois do resultado da eleição presidencial no ano passado, sou levado a crer que a burrice é por demais contagiosa.

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