domingo, 30 de agosto de 2020

Seis anos sem Ariano Suassuna

 Na bienal do Livro de Brasília, em abril de 2014, Iara Maria Ramires Melo, Marcelo Torres, Maurício Melo - pai do Maurício Melo Júnior  - e eu, paramos numa birosca pra fazer um lanche. Lamentávamos não haver mais convites para a palestra do Ariano Suassuna, um dos homenageados da bienal. De repente parou uma senhora, nos olhou e perguntou:

- Vocês querem dois convites pra palestra do Ariano Suassuna?

Como não querer?

- Claro que queremos!!!

Ela nos entregou dois convites. Iara explicou a Marcelo como me entregar a domicílio - eu era hóspede do casal Melo  - nos despedimos e saímos correndo. Estava em cima da hora.

Atravessamos uma daquelas pistas imensas e movimentadas (segundo Marcelo é a maior do mundo, mas tive minhas desconfianças porque esse meu primo já chegou achar que o Junco era a melhor cidade do mundo pra se viver) nos arriscando a sermos atropelados e chegamos a tempo de sermos os últimos da fila.

Lá dentro, uma multidão. Faltava chão para sentar. Descemos as escadas - pisa daqui, empurra dali - e paramos na segunda fileira das cadeiras. A primeira estava bloqueada. Sentei no colo duma dona e Marcelo escolheu o colo de um paraibano que disse matar e morrer por Ariano. Mas foi coisa rápida, não deu nem pro meu primo esquentar o colo do cidadão: dois caras sentados na segunda fila eram ôtoridades do governo e foram chamados para fazer parte da mesa. Assim, antes que alguém tomasse a dianteira, Marcelo e eu invadimos a ala vip e ouvimos a palestra de primeira classe. Ou melhor: de segunda fileira.

E foi mais de uma hora de êxtase pleno. Pena que não haverá mais Ariano para alegrar a monotonia de palestras de bienais e feiras de livros.


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