Na bienal do Livro de Brasília, em abril de 2014, Iara Maria Ramires Melo, Marcelo Torres, Maurício Melo - pai do Maurício Melo Júnior - e eu, paramos numa birosca pra fazer um lanche. Lamentávamos não haver mais convites para a palestra do Ariano Suassuna, um dos homenageados da bienal. De repente parou uma senhora, nos olhou e perguntou:
- Vocês querem dois convites
pra palestra do Ariano Suassuna?
Como não querer?
- Claro que queremos!!!
Ela nos entregou dois
convites. Iara explicou a Marcelo como me entregar a domicílio - eu era hóspede
do casal Melo - nos despedimos e saímos
correndo. Estava em cima da hora.
Atravessamos uma daquelas
pistas imensas e movimentadas (segundo Marcelo é a maior do mundo, mas tive
minhas desconfianças porque esse meu primo já chegou achar que o Junco era a
melhor cidade do mundo pra se viver) nos arriscando a sermos atropelados e
chegamos a tempo de sermos os últimos da fila.
Lá dentro, uma multidão.
Faltava chão para sentar. Descemos as escadas - pisa daqui, empurra dali - e
paramos na segunda fileira das cadeiras. A primeira estava bloqueada. Sentei no
colo duma dona e Marcelo escolheu o colo de um paraibano que disse matar e
morrer por Ariano. Mas foi coisa rápida, não deu nem pro meu primo esquentar o
colo do cidadão: dois caras sentados na segunda fila eram ôtoridades do governo
e foram chamados para fazer parte da mesa. Assim, antes que alguém tomasse a
dianteira, Marcelo e eu invadimos a ala vip e ouvimos a palestra de primeira
classe. Ou melhor: de segunda fileira.
E foi mais de uma hora de
êxtase pleno. Pena que não haverá mais Ariano para alegrar a monotonia de
palestras de bienais e feiras de livros.
Um comentário:
Um ser ímpar 😕
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