Era uma vez, numa história sem rei e sem grilos falantes, um cidadão chegou na casa de um compadre para uma visita de dois dias e se estabeleceu a longo prazo. Foi ficando, ficando, ficando, na maior cara de pau, e o compadre se incomodando, a mulher do compadre se chateando, os filhos do compadre reclamando da falta de espaço - até o cachorro do compadre parou de balançar o rabo - mas ninguém tinha coragem de mandar o cidadão embora.
Em uma manhã abençoada o compadre dono da casa se lembrou
de que, quando criança, leu uma história na escola que tinha um enredo parecido com o seu dilema: um sujeito se aboletara na casa de um amigo e também foi ficando, ficando, e o amigo um dia fingiu que estava dormindo e começou a falar impropérios contra o boca livre. Mas como toda fábula tem uma função educativa, ele não conseguia se lembrar justamente da tal “moral da história".
Assim, o anfitrião dessa minha história passou a escrever indiretas ao amigo, esperando que um dia ele se desse conta do quanto estava sendo inconveniente e ganhasse os quintos do inferno. Porém, como na moral da fábula (apesar das curtidas dos amigos e dos mais diversos comentários, inclusive do próprio compadre invasor de domicílio), não se pode levar a sério indiretas ditas no Facebook.
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