sábado, 22 de agosto de 2009

Dia do Folclore



Hoje, 22 de agosto, para quem não sabe é o Dia do Folclore






I


Lá nas terras dos Dantas

Não tem rio nem tem anta.

Tem o Cruzeiro dos Montes

Em plena linha do horizonte.

Reinam cavalos encantados

Caiporas e sacis aboletados.

O zumbi e o seu pio estridente

Chupando o ouvido do imprevidente.

Não é folclore se falar do fogo-fátuo

Muitos foram os que o viram de fato.

Mulher de padre vira mula-sem-cabeça

A vagar pelo mundo tão-logo anoiteça.

O filho que da mãe não tem gratidão

É o lobisomem da Sexta-Feira da Paixão.

O saci vive na mata a azucrinar

O caçador que ousa lhe perturbar.

O “vulto” pode ser a própria sombra

Do sertanejo que com tudo se assombra.


II


Lá na terra dos Dantas

Não tem rio nem tem anta.

Tem o mito e suas lendas a confundir

O pio da coruja com o canto do zumbi.

A caipora precisando de fumo

Para o caçador não perder o rumo.

A mula-sem-cabeça correndo sem parar

Atrás de um padre para se confessar.

O lobisomem em noite de lua cheia

Espojando-se no campo de areia.

O saci querendo seu cachimbo acender

E o caçador um fósforo deverá oferecer.

O fogo-fátuo e sua breve aparição

Em flashes de luz de assustar o coração.

O “vulto” que não parece ser perigoso

Mesclando folclore e estória de trancoso.


Assim é o imaginário popular do sertão

Mitos e lendas fervilhando em profusão.






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