1.
Prometeu que não faria mais aquilo.
Nem aquilo outros – as mariposas, o conhaque, todos os jogos de azar.
Ela acreditou, até bater na porta da mãe, aos prantos:
– Ele fez de novo.
– Sempre fazem – respondeu a voz da experiência. – Pela décima vez, minha filha, como no samba do Noel.
2.
Prometeu subir de joelhos as escadas da Igreja da Penha, se alcançasse a graça de ver o Oswaldo com um trabalho decente e afastado do vício.
Oswaldo arrumou um batente, na limpeza urbana, e pendurou para sempre o copo.
Ela esqueceu a promessa: tantos degraus, ninguém merece. Depois, o emprego era uma ninharia, e o vício dele – meia dúzia de cervejas, duas ou três cachacinhas – nem tão grande assim.
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