segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Altamir Tojal - A USP e a isonomia na impunidade

Não bastassem o espetáculo grotesco do ministro Carlos Lupi peitando a presidente da república e o STF ter empurrado com a barriga a Lei da Ficha Limpa, a crônica da corrupção no Brasil surpreende mais uma vez, agora com o princípio da isonomia na impunidade, evocado por pais de alunos da USP que invadiram a reitoria. A lógica é a seguinte: se políticos corruptos não são punidos, porque os estudantes têm de ter punição?

Este é o ponto em que estamos. Quando a gente imagina que não vai se surpreender com mais nada, tem de ouvir um argumento desses, uma espécie de direito adquirido à impunidade, mais um tributo à generalização da corrupção e à vergonhosa complacência, omissão, conivência e aplauso de governantes, parlamentares, juízes e poderosos em geral.

Como não param de roubar, a gente também não vai parar de protestar. Estão anunciadas manifestações anticorrupção em dezenas de cidades nesta terça-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República. No Rio estão programados três atos: 10h – na Favela de Mandela, Complexo de Manguinhos; 15h – na Cinelândia; e 15h – em Copacabana, Posto 4.

As manifestações são pela aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa, cujo julgamento está em curso no STF, pelo voto aberto no Congresso Nacional, pelo limite à imunidade parlamentar e pelo aumento das penas e agilização dos processos de corrupção na justiça.

Um tema específico para o Rio de Janeiro é o apoio à aprovação da Lei da Ficha Limpa estadual, que entra na pauta de votação na Alerj nesta quarta, dia 16. Trata-se da PEC 5/2011. É preciso, portanto, por pressão nos nobres deputados. Há também o Projeto de Lei 902/2011, que ficou engavetado um tempão e parece que recomeçou a andar agora.

Antes que zoem de mais atos anticorrupção num feriado, vale lembrar que a maioria dos manifestantes tem de ralar nos dias úteis. É gente que não tem ponto abonado para protestar nem subvenção do governo, nem boquinha em ong fajuta. Aliás, zoar das manifestações contra a corrupção é coisa de quem não tem o que fazer ou de quem tem rabo preso.

Segue o convite do Movimento 31 de Julho:

ATO ANTICORRUPÇÃO: 15 DE NOVEMBRO, 15 HORAS, COPACABANA

Será realizada nesta terça-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, manifestação contra a corrupção e a impunidade em Copacabana, Rio de Janeiro. O ato, organizado pelo Movimento 31 de Julho, está programado para as 15 horas, no Posto 4, Avenida Atlântica, em frente à Rua Constante Ramos.

A manifestação será pela aplicação imediata e integral da Lei da Ficha Limpa, cujo julgamento está em curso no STF, pelo voto aberto no Congresso Nacional, pelo limite à imunidade parlamentar e pelo aumento das penas e agilização dos processos de corrupção na justiça.

O ato contará com a presença de representantes de movimentos anticorrupção e pela valorização da cidadania e terá apresentações de hip hop e de uma coreografia, que foram criados especialmente para a manifestação.
Caso chova, a manifestação será transferida automaticamente para domingo, 20 de novembro, no mesmo local e horário.

O Movimento 31 de Julho apoia as demais manifestações anticorrupção programadas na cidade no dia 15 de novembro, como os atos em Manguinhos às 10h e na Cinelândia, às 15h.

Outras informações:
Marcelo Medeiros:
21-8165-4444
movimento31dejulho@gmail.com
www.movimento31dejulho.blogspot.com


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