domingo, 6 de novembro de 2011

Edna Lopes - E agora, José?

Obrigações de genro é dívida em dobro. Negar algo a sogra é negar duplamente, pois nem a sogra nem a filha (no caso, a esposa) perdoam uma desatenção nesse nível e por isso ele concordou em pedir ao chefe para ser liberado naquela tarde. Tinha que levar sua santa sogrinha ao médico.

Na hora combinada liga para a esposa e pega as duas na porta do prédio, recebendo as coordenadas de onde e como seria a maratona da tarde: consulta, depois laboratório e na volta, farmácia.

No carro, a conversa amena, com rádio ligado baixinho para não incomodar Dona Júlia, a pessoa mais teimosa que ele já havia conhecido. Quando cismava com algo, infernizava tanto a vida da família que acabava ganhando “no grito” qualquer discussão.

Já havia dirigido um tanto quando percebeu algo junto ao pedal do freio: um sapato de mulher!

Culpa é mesmo um sentimento perverso e José Alberto, que não era nenhum santo, gelou! Se a “Federal” visse aquilo ele estava frito e mal pago! Disfarçou um sorriso amarelo, pegou a “prova” de sua culpa e descartou pela janela. Por sorte, mulher e sogra olhavam as vitrines no lado oposto.

Estacionou na porta da clínica. Enquanto a esposa descia, abriu a porta para ajudar a sogra a descer do automóvel.

D. Júlia , desesperada, jurava à filha que não estava doida, que havia calçado os dois pés do sapato quando saíram de casa.


Um comentário:

Toninho disse...

Este cabra é enrolado não Tom?
Tinha culpa no cartorio,kkkkkk
Linda criação.
Abraço.