segunda-feira, 11 de junho de 2012

De Jesus, o português fundamentalista



D. João VI reinvadiu nosso território trazendo na sua esquadra real milhares de parasitas da Corte. Aqui chegando, desalojou o povo de sua moradia, sem direito a indenização, o que resultou no primeiro movimento brasileiro dos sem-teto. Daí, foi um pulo para ser formado o MST e, um pouco adiante, a CGT. A CUT veio bem depois.

Além de comer e beber de graça, Sua Majestade Real e comitiva viviam na maior esbórnia, usando e abusando dos mancebos e mancebas a serviço da realeza. Sua Rainha Real, Dona Carlota Joaquina, além de abusada, insultou nossos brios patrióticos no seu retorno a Portugal: jogou ao mar, do convés do navio, a areia dos seus sapatos para não ter que levar nenhuma lembrança da terra que eles fizeram de gato e sapato. Mas todo mundo se calou e a ralé ainda aplaudiu.

O americano, antes de mostrar o branco massacrando o índio em seus faroestes épicos, mostra o índio atacando uma caravana indefesa e raptando criancinhas, aflorando o sentimento de justiça no espectador. Assim, nunca vemos o branco norte-americano como o invasor, mas como o mocinho; automaticamente o índio se transforma no inimigo que deve ser varrido da face da terra. Filme de guerra também é a mesma coisa. Só mostra os episódios que o americano leva vantagem.    

Isso me faz lembrar uma piada. Um cidadão contava ao amigo a briga que tivera com um desafeto. Narrava e encenava os tapas que dera. O amigo o interrompeu:

– Por que você só conta a vantagem? Não fala dos murros que levou também?
– Ora, simples de responder: a parte que apanhei, ele está contando a outro!

Nesse contar de vantagem, achamos que o americano é melhor em tudo, até mesmo na sua indecência. Já houve governante que disse: “O que é bom pros Estados Unidos, é bom para o Brasil”. Assim, paulatinamente, nosso cotidiano vai sendo pautado pelo uso e costume americano e o anglicismo é uma triste realidade que está a merecer atenção do Congresso Nacional. Até no arraial do Junco, onde as notícias até certo tempo atrás chegavam em lombo de jegue, já se aderiu à moda e dizem que o halloween deste ano vai ser o maior sucesso.    

Todo dia o homem come peixe e ninguém diz nada. No dia que o peixe como o homem, há um verdadeiro rebu e se decreta o fim dos cardumes. Foi o que aconteceu com o bom português De Jesus, um poeta desses d’além-mar que frequentam os sítios de literatura na antiga província e fazem a maior festa com alguns imbecis que acham que todo mundo em Portugal é um Camões em potencial. O coitado confundiu alho com bugalhos, meteu os pés pelas mãos, e, numa crise de delírio novelístico global, sentou a pua no povo provinciano, achando que a arte imita a vida ou vice e versa. Literalmente. E mexeu com nossos brios patrióticos ao nos acusar de termos duas caras, uma para sonegar impostos e outra para invadir nações.

Tal afirmativa de tão ilustre personagem, por pouco não causa uma crise diplomática entre os dois países e, sob pressão da CIA, FBI, e Polícia Federal, nosso confrade foi obrigado a se retratar e seu desvairamento textual foi retirado do ar antes que nossos submarinos e porta-aviões cruzassem o Atlântico.

Mas De Jesus deu provas de ser um perturbado mental.  Nas suas escusas ao povo brasileiro, disse que o culpado de tal incidente foram seus patrícios e que, por tal leviandade dos seus, renegava sua cidadania lusitana e passaria a ser um simples angolano praticante do fundamentalismo islâmico, com direito a se explodir em nome de Alah. Só não disse se em shopping center, cinema lotado ou estação de metrô.

Coitado do vate português, agora, angolano! Achar que as favelas do Brasil são românticas e prósperas como a de Juvenal Antena, que aluno de faculdade particular pode fazer aquela baderna e ficar por isso mesmo ou que brancas e loiras do calçadão de Copacabana ou dos condomínios de alto luxo da Barra da Tijuca irão namorar negros de favela, é sofrer de psicopatia delirante que nem Freud saberia explicar as causas, muito menos os efeitos.

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