Quando eu era menino sonhava virar adolescente e caminhar de mãos dadas
com o meu pai em direção ao brega. Virei adolescente e nada disso
aconteceu. Um dia eu lhe falei desse meu sonho de menino e aí ele entrou
em casa, pegou o cinto e me deu uma surra memorável, inesquecível, pois
ele não era dessas coisas. E quando a minha mãe veio saber o porquê da
surra, ela pediu licença, tomou o cinto do meu pai, foi lá dentro, pegou
um chicote de amansar cavalo brabo e continuou a lição de moral e bons
costumes.
E depois de cerzir com linha de sangue o meu corpo, ela me abraçou carinhosamente, me beijou, me deu um dinheiro e disse:
- Tome! Vá para o brega, pois é do homem correr atrás de rabo de saia. Mas vá sem o seu pai!
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