domingo, 12 de outubro de 2025
Menino que fui, no sertão
A aurora boreal
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Cume da memória 2
A banda Terceiro Mundo foi uma banda de Reggae da Bahia nos anos 80, na mesma época em que a Axé Music invadia o circuito Campo Grande - Praça da Sé, retornando para o Campo Grande, sob o comando do vocalista Dado Brazzawille.
Cume da memória 2 No cume da minha memória destroçada pelo tempo, eu abafei meu grito preso na garganta profana. Sinto os acordes da guitarra baiana rasgando a finitude das confluências das Avenidas escorrendo o metálico som pelo seu leito. O pierrô se perde nas águas do capeta e se enrosca nas coxas das foliãs mundanas. Ah, colombina, como te amei nas noites devassas, Para te perder nas penitências das manhãs de cinza! No alongar do tempo de esquecimentos e lembranças, enrolado nas serpentinas de nossas tranças, Eu fui para você um confete feliz... Pena que você não me quis.Cume da memória
Marquei minhas lembranças a fogo
No cume da minha memóriaquarta-feira, 27 de agosto de 2025
Conversando com Marina Colassanti
No meu primeiro contato com Marina Colassanti, eu eu me identifiquei como "Tõe d'Irineu", o que me valeu uma bronca do meu irmão:
- Isso é nome pra você se identificar com uma escritora como a Marina, seu cabra de peia! Você não disse a ela que era meu irmão, né, seu fio dum cabrunco?!
- Calma, irmão! Ela gostou tanto que fez até um poema com meu nome
- Fez?! E o que ela disse?
- Que era o nome mais bonito que ouvira. Além de melódico. Musiquei, até
- Deixa eu ver!
- Taí embaixo.
- E a música?
- Vou ver!
Depois disso ele foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e nunca mais quis saber a respeito.sexta-feira, 22 de agosto de 2025
TEMPOS DE SOLIDÃO
Tempos de solidão
Tom Torres Nos meus tempos de solidão As noites eram banhadas por solitárias estrelas, Fogo fátuo, mula sem cabeça e zumbis. Mal se enxergava a ponta do nariz Roçando a pele áspera do lobisomem. Lobo ou homem? Meu primo Assis não temia (nem tremia) Do lobo ou do homem, mas corria do aglutinado Até passou a noite de cócoras, no mato, Esperando o fogo fátuo passar. Suas lendas e seus temores! Quando a aurora se fez, o fogo fátuo Transformou-se no sinalizador da torre de tevê. Mas quem te viu e quem te vê! As noites já não são mais feitas De tremores e medos. O prefeito, que nunca vira couro de lobisomem, Subiu a Ladeira Grande em noite de breu E ordenou aos comandados seus:
- Faça-se a luz!
Uma grande luz brilhou na escuridão E o que era invisível dia e noite, transformou-se em uma nova constelação.
POEMA EM FORMA DE ORAÇÃO
Poema em forma de oração
Tom Torres Aos que se foram sem direito a despedida Aos que ficaram sem poder chorar seus mortos Aos que resistem porque não podem desistir. Procuro a fagulha cósmica em ecos desfeita para acender a galáxia nos trilhos ardentes e fazer brilhar a minha estrela cadente nas noites solitárias dos poetas mortos. Da memória ecoam vozes e gritos absortos dos que vieram e se foram em trens peregrinos, deixando marcas indiscretas de não sabido destino, marcas que escorrem como água entre os dedos. São lembranças provocando os nossos medos de não mais sabê-los nem podê-los encontrar na confluência entre céu, Terra, ressaca do mar, Ou na tapeçaria do Tempo tramando nosso degredo em viagem etérea em um rasante estelar.HOMENAGEM A JUDÉLIO CARMO
Faz oitenta anos que nasceu o político que colocou Alagoinhas nos trilhos: Judélio Carmo.
Lançou-se na política ainda jovem, 1955, sob influência de amigos, pincipalmente de Edgard Torres, que o convenceu a se candidatar a vereador na eleição de 1956. No ano passado, nessa mesma data, tive o prazer de lançar o livro "Judélio Carmo, o semeador de utopia", também assinado por Luiz Eudes. O livro foi idealizado por Genival Dantas e teve a colaboração voluntária de Juracy Silva, na assessoria jurídica, e de Marco Antunes, na revisão da história política de Alagoinhas. Colaboraram, também, Belmiro Deusdete e Pedro Marcelino. TRIBUTO A JUDÉLIO CARMO Tom Torres Não vim ao mundo para lustrar egos de vaidosos, Nem cultivar o nós que nos cega e divide; Vim para construir os "eus" que transformam E despertam os íntimos sonhos adormecidos, Pois nem a Quimera com seu corpo incongruente Intimida a Utopia que nos cativa e que nos une. Não serei importante diante da legião de humildes, Nem humilde ante a arrogância tóxica dos importantes. Serei o farol dos que juntos constroem sonhos, Na certeza de que só a utopia nos cativa e nos une.