Variações em torno do tema
Antônio Torres
(Texto escrito para a Semana de Comunicação PUC-Rio, e apresentado no dia 12/O5/09).
De Livro x Internet |
Vou tentar responder agora a uma pergunta que me foi feita recentemente – via e-mail, como é de praxe -, por um ilustre militante do jornalismo impresso, chamado Audálio Dantas, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, ex-deputado federal e ex-diretor da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, vice-presidente da ABI, a Associação Brasileira de Imprensa, até há poucos dias, e que hoje é o diretor-executivo da revista Negócios da Comunicação. A pergunta, para a qual não encontrei de estalo uma resposta convincente, é esta:
- Você vê o leitor do futuro desprezando o volume em papel para ler livro na Internet?
A dúvida entre um sim e um não me remeteu, agora, a leituras, pesquisas, conversas, entrevistas, reflexões. Ao ficar ligado na questão, percebi o quanto ela está sendo debatida em programas televisivos, seminários acadêmicos e na imprensa, que também está na berlinda, o que vem sendo exposto pelos próprios jornalistas, como vimos em uma matéria publicada na capa do Segundo Caderno de O Globo, no dia 3 deste mês de maio. Tratava-se de uma entrevista do jornalista e escritor norte-americano Gay Talese a Marília Martins, correspondente daquele jornal em Nova York. Como sabemos todos, Gay Talese é um dos inventores do “New Journalism”, nos anos de 1960 - assim como os pesos-pesados das letras norte-americanas Norman Mailer e Truman Capote -, e se celebrizou com as reportagens (entre elas a sempre lembrada Frank Sinatra está resfriado), que foram publicadas no livro cuja primeira tradução no Brasil teve o título Aos olhos da multidão. Mas sim. Do alto de seus 77 anos, e em plena atividade, ele é um dos convidados mais aguardados da próxima Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Daí o motivo da entrevista mencionada, da qual destaquei duas perguntas e suas respostas, exemplares para o caso que nos concerne.
Marília Martins: Vamos falar um pouco do jornalismo atual. O senhor é autor de “O reino e o poder”, uma história social do jornal “The New York Times”, onde trabalhou por muitos anos. O que o senhor acha da crise da imprensa, com a queda drástica de vendas dos jornais impressos, incluindo o “Times”, diante da alta audiência de sites e blogs? O jornalismo investigativo, reinventado pelo senhor nos anos 60, está com seus dias contados?
Talese: De jeito nenhum! Uma boa história sempre terá leitores. E o jornal impresso tem algo de insubstituível: ele dá aos leitores uma visão do conjunto. Um bom leitor não é aquele que é previamente orientado por um objetivo ou um interesse. Um bom leitor passeia pela leitura e vai aos poucos juntando pedaços da sua história. Isto só o jornal impresso pode dar.
Marília Martins: Mas o senhor não acha que a difícil situação financeira atual pode levar o “The New York Times” à falência ou então fazer com que a família Sulzberger perca o controle da empresa? O empresário mexicano Carlos Slim já se tornou um sócio importante do jornal.
Talese: Não acho que a queda atual de vendas seja uma ameaça ao jornalismo impresso. O “New York Times” ainda é um dos melhores jornais do mundo, um dos que mais investem em jornalismo investigativo. Tenho 77 anos e já vi muitos jornais e revistas fecharem durante a minha vida. Mas o interesse por boas histórias, bem apuradas e bem escritas, nunca diminuiu. Acho que a direção do “Times” cometeu alguns erros estratégicos, como o de permitir o acesso ao conteúdo de graça pela Internet. Jornalismo bem feito custa caro, e o leitor precisa valorizar o que está lendo. (Ele segue apontando também erros editoriais do “Times”, como o de não ter tido uma postura crítica em relação à invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003, e o da demora do jornal para denunciar as mentiras da administração Bush sobre as tais armas de destruição em massa, concluindo que a imprensa americana perdeu muito de sua credibilidade naquela época).
Por aí podemos deduzir que nem todo mundo faz coro com os que acreditam que os meios de comunicação impressos estão com os seus dias contados. No caso do livro, há evidências de que a Internet o beneficia em várias frentes, a começar pelo seu uso pelas editoras como espaço de propaganda e vendas. Uma notinha no caderno Prosa & Verso do dia 2 de maio passado não deixa dúvidas quanto à abrangência desses benefícios: “O site Estante Virtual, espécie de Google dos sebos brasileiros, atingiu duas marcas impressionantes semana passada: chegou aos 500 mil usuários cadastrados e 5 mil cidades diferentes atendidas. O leitor número 500 mil é de Ji-Paraná, em Rondônia. A cidade 5 mil é Cacimba de Areia, um vilarejo de 3 mil habitantes e nenhuma livraria, na Paraíba. A moradora de Cacimba de Areia, Eliana Xavier, diz que compra livros numa cidade vizinha”.
O quê? Já há leitores em Ji-Paraná e Cacimba de Areia? Bendita Internet, diria agora o poeta Castro Alves - personagem inesquecível de um filme do vosso professor Sílvio Tendler -, e que romanticamente bradava:
O sec’lo, que viu Colombo,
Viu Guttenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...
Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto -
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar.
Bendito foi o dia em que li este poema pela primeira vez. Chama-se O livro e a América. Foi na Seleta Escolar, o livro de leituras da minha infância, numa terra sem rádio e sem notícias das terras civilizadas, como cantava Luiz Gonzaga, o rei do baião, e que hoje é uma cidade enfeitada de antenas parabólicas e conectada à Internet. Mas foi no livro com o poema de Castro Alves que descobri o mundo – o novo mundo que Gutenberg criou. Recordemos um pouco da sua história.
Se no princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, o verbo se fez literatura, já como uma criação do homem, a quem Deus deu o verbo. E ele, o bicho-homem, fabulista, fabulador, fabuloso por natureza, da palavra falada chegou à escrita. E ela, a literatura, se desenvolveu com o próprio desenvolvimento da espécie, pela sua necessidade de contar histórias, em verso e em prosa, e da preservação da sua memória. Mas a literatura só ganharia existência concreta, ou seja, corpo, forma, difusão e perenidade, a partir do advento da imprensa, no século 15 depois de Cristo.
Povos primitivos já desenvolviam uma rica produção de lendas, mitos e histórias, por vezes associada à música, à dança, à dramatização, em espetáculos religiosos e profanos. E assim se formou a tradição da literatura oral, que gerou grandes poemas épicos, os textos sacros e as representações dramáticas das civilizações antigas da Europa e da Ásia. Na Idade Média, baladas, poemas, contos gestas, adágios e adivinhações da cultura popular passaram à forma escrita através de mãos eruditas. Os textos primevos eram registrados em rolos. Depois, os pergaminhos foram sendo cortados em folhas, que eram dobradas e costuradas em cadernos (codex). A escrita era feita com pincéis, juncos ou penas. No Ocidente, os manuscritos eram realizados nos mosteiros e, a partir do século 13, nos grandes centros universitários. O avanço seguinte viria com a palavra impressa, no século de Gutenberg, o inventor dos caracteres móveis que dariam origem à tipografia, e daí às artes gráficas, à imprensa, sem as quais a indústria editorial não viria a existir.
Resultaram desse processo obras como o Saltério de Mains, de 1457 - tido como o primeiro livro de importância impresso -, o Mahabharata e o Ramayana, da Índia, a Odisséia e a Ilíada, de Homero, o Edda escandinavo e a Bíblia.
Foi no século 16 que a imprensa se expandiu pela Europa e se difundiu também na América (México, 1540), na Índia (Goa, 1557), e nos países eslavos (Moscou, 1563). Sua chegada ao Brasil demorou a acontecer, porque Portugal não admitia sua existência na colônia. E teria demorado muito mais, se a corte portuguesa não tivesse se transferido para o Rio de Janeiro em 1808, trazendo uma tipografia completa. Naquele mesmo ano D. João VI, num único decreto, criava a Impressão Régia e, também, a censura prévia. Ainda no século 19, vários aperfeiçoamentos técnicos, como a invenção da prensa metálica e a fabricação de papel em bobina, permitiram aumentar consideravelmente a tiragem e reduzir o custo das impressões. No começo do século 20, o livro só tinha o jornal como concorrente, e assim mesmo indireto. Depois vieram as revistas, o rádio, o cinema, a televisão, discos, fitas, videocassetes, etc. e... a Internet!
Alta tecnologia, aqui, agora e para o futuro – já dizia o slogan da IBM, uma empresa do tempo em que computador era chamado de cérebro eletrônico, que sabia tudo, quase tudo, mas era mudo, assim dizia a letra de uma música de Gilberto Gil, enquanto que nos Estados Unidos um anúncio intitulado “Computers don’t cry” parecia chamar a atenção para os aspectos desumanizantes dos avanços tecnológicos. Hoje, constata-se que tal pressentimento não era infundado. “Muitas pessoas estão trocando relações pessoais pelas virtuais”, lamenta um dos filhos do escritor que vos fala, e que vive numa cidade chamada Reno, no estado de Nevada, USA, de onde comanda o Clube do Hardware, um site sobre informática e tecnologia que funciona como se fosse uma revista virtual, com artigos, tutoriais e testes de equipamentos, além de um fórum de discussões extremamente ativo em que usuários podem trocar experiências e soluções de problemas, e que tem 4 milhões de leitores por mês. Isto mesmo: 4 milhões!
- Por esse número dá para perceber que o Clube do Hardware tem um alcance que nunca teria se fosse uma revista “de verdade”. Só para colocar as coisas em perspectiva, revistas de informática no Brasil possuem uma tiragem média de 20 mil exemplares/mês – o filho esclarece ao pai. Ele, o filho, se chama Gabriel. Também escritor, tem 18 livros publicados, entre eles o Manual de hardware. E teve sua carreira altamente beneficiada pelo seu site. Por entender mais do assunto do que o pai foi por este entrevistado, via e-mail:
- O que você pensa da Internet, hoje e para o futuro?
A Internet é uma ferramenta fantástica, mas trouxe o problema inverso do que tínhamos antes dela. Se antes tínhamos falta de informação, agora temos excesso de informação. O desafio é saber filtrar. Afinal a Internet está cheia de “a última onda do momento” (ex: Orkut, Twitter, Facebook, Flicker), e se você se deixar levar você não faz mais nada na sua vida a não ser ficar pendurado na Internet.
Eu fico triste em ver que muitas pessoas estão trocando relações pessoais por relações virtuais. Neste mundo conectado de hoje é raridade receber ligação de amigos. É tudo via e-mail, “torpedo”, MSN, “scrap”, etc. Eu fico me perguntando onde isso vai parar.
- A Internet matou as produtoras de discos, e vai matar a imprensa e as editoras de livros. Certo ou errado?
A verdade é que a Internet está possibilitando que artistas e escritores possam divulgar, lançar e vender suas próprias obras e ter um alcance de mercado nunca antes visto na história. Mas este alcance é relativamente restrito; para dar o próximo salto artistas e escritores precisam contar com a distribuição no mundo real. E para isso precisarão contar com as produtoras e editoras tradicionais. Mas a vantagem é que se antes um artista ou escritor em início de carreira tinha as portas fechadas, com a Internet é possível mostrar às produtoras e editoras que há demanda por um determinado trabalho. Outro fator que não podemos nos esquecer é que apesar de escritores e músicos em um primeiro momento poderem até vislumbrar a possibilidade de vender suas músicas ou livros através da Internet, por não estarem encontrando um caminho para a comercialização de suas obras, a maioria não quer se envolver com isso, e acredito que a maioria dos artistas tenha como objetivo final ter um alcance fora da Internet.
E quanto à imprensa, o público sempre precisará de veículos que façam o “dever de casa” e verifiquem a veracidade das notícias, pois o que há de sobra na Internet é informação errada. Inclusive jornalistas preguiçosos foram vítimas de inúmeras “barrigas” por terem confiado em algo publicado na Internet.
É claro que em alguns nichos de mercado a Internet pode sim acabar se tornando o meio padrão para a veiculação de trabalhos intelectuais, como é o meu caso na divulgação de notícias de informática e como é o caso da música eletrônica de vanguarda.
- Os produtores de discos, livros, jornais, revistas etc. estarão perdendo ou ganhando com a Internet?
- A meu ver, todos estão ganhando. Como disse, a Internet é hoje uma poderosa ferramenta de divulgação e de localização de novos talentos. Fora todo o funcionamento inerente à Internet, onde é fácil e rápido transferir arquivos e encontrar colaboradores em qualquer parte do mundo. Torna-se fácil, por exemplo, encontrar um especialista em qualquer área do conhecimento que você possa imaginar.
Comentários Adicionais
Eu fico realmente triste quando uma parcela da mídia tenta culpar a Internet por crimes. Como se a Internet tivesse inventado a pirataria, a pedofilia e assassinos. Aqui nos EUA um estudante de medicina matou a namorada e os canais de TV rotularam o garoto como “O Assassino da Craigslist”. Ora, então se o camarada tivesse conhecido a namorada dele por telefone ele seria vendido pela impressa como “O Assassino da Oi”? Duvido.
Ou então culpar a Internet pelos altos índices de pirataria, que particularmente no Brasil é um problema que não tem muito a ver com a Internet. Basta parar qualquer cidadão em qualquer rua do Rio de Janeiro e perguntar se ele sabe o que é “Bit Torrent”. Obviamente ele vai ficar olhando para sua cara sem entender a pergunta. Mas se você perguntar à mesma pessoa onde você pode comprar DVD pirata ele vai te mostrar o caminho direitinho.
Ou matérias onde fica parecendo que é a coisa mais fácil do mundo encontrar pedofilia na Internet, deixando pais preocupadíssimos. Sinceramente, é muito mais fácil encontrar uma garota menor de idade às onze da noite ali pelas bandas da Help do que na Internet, se é que você me entende.
Continuação da peleja livro impresso versus e – book
A febre do momento se chama Kindle, um leitor de e – books do tamanho de um livro, lançado pela Amazon para ser usado fora do computador, e que custa US$ 359. O arquivo é transposto diretamente do aparelho (sem fio), com débito automático no seu cartão de crédito. Já está com um acervo de mais de 270 mil livros, além de jornais e revistas. Você pode carregar a quantidade que quiser, desde que pague por isso. Os preços são vantajosos, podendo um livro impresso que custa 17 dólares cair para 7, no Kindle.
Desconfiado de que no Kindle só autor norte-americano tem vez, o autor destas linhas buscou na Amazon um de seus títulos traduzidos em inglês. A capa surgiu na tela instantaneamente, com uma legenda: “Peça ao seu editor para pôr este livro no Kindle”. Entendido: não basta estar disponível no catálogo da Amazon para entrar no Kindle. Tem que fazer acordo.
No Brasil, ainda passamos ao largo disso, e temos bons antecedentes para desconfiarmos que o Kindle seja mais um veículo de difusão da cultura norte-americana no mundo, como a TV a cabo e tudo o mais. É esperar, de antena ligada, para captar os sinais de que vamos nos inserir nisso ou não. Enquanto isso, o debate continua: o leitor do futuro desprezará o volume em papel para ler livro na Internet?
- Na minha opinião, quem tem que se preocupar com isso são as indústrias de papel – diz Sérgio França, diretor editorial adjunto do Grupo Record, um dos maiores do país.
O seu depoimento, na íntegra:
- O papel é somente o meio, a literatura, para usar a palavra da moda, conteúdo. Mas não creio que o e - book vai substituir o livro como o conhecemos tradicionalmente. Todos sabem da praticidade deste “produto” que é fácil de levar, pode ser aberto em qualquer lugar e a qualquer hora, até depende de luminosidade para ser lido, mas não tem bateria que acabe no meio da leitura. Não tenho nada contra o e – book. Se é mais uma plataforma que pode disseminar o hábito da leitura, que seja bem-vindo. Independente do suporte, a literatura continuará sendo escrita por escritores – acho que temos de nos preocupar é se inventarem o escritor virtual... -, as editoras vão continuar contratando-os, defendendo seus interesses, como sempre. Agora, pergunto: você tiraria da mochila um e - book que custa US$ 600 para ler seu livro no trajeto, digamos, entre Copacabana e São Cristóvão, aqui no Rio, no meio de um ônibus 474? Com um livro de papel eu faço isso sem temer nenhum assalto.
Deu no Ideias: Pendenga Google
Coluna: Informe Ideias.
Colunista: Álvaro Costa e Silva.
Veículo: Caderno Ideias/ Jornal do Brasil.
Data: 2 de maio de 2009.
“O Departamento de Justiça dos EUA está de olho no acordo que o Google fez com autores de livros e editoras do país, em outubro, para que obras literárias ficassem disponíveis ao público por meio do Google Books Search. Têm aparecido, no país, várias manifestações contra o acordo, de grupos que alegam que o mecanismo de busca irá lucrar, de forma exclusiva, com o acesso aos textos. Pela combinação judicial, as receitas seriam divididas entre o Google, os autores dos livros e as editoras – porém, ficam de fora dessa partilha milhões de obras literárias cujos autores morreram ou são anônimos”.
Quinta-feira, 7 de maio
Caderno Economia de O Globo, página 36:
Kindle em versão de luxo para ler jornais
Aparelho vai custar US$ 489
Do New York Times (com agências internacionais)
Nova York – A Amazon apresentou ontem a versão maior do leitor eletrônico de textos Kindle, com foco em livros didáticos e jornais. [...] O diretor-executivo da empresa, Jeff Bezos, disse, no lançamento, que o novo Kindle era um passo na direção de uma “sociedade sem papel”. Ele também anunciou ter feito acordos com editoras, jornais e universidades para expandir o conteúdo do aparelho. Um desses acordos foi anunciado por Arthur Sulzberger Jr., presidente do “New York Times”.
E etc.
Sábado seguinte (9 de maio).
Capa do Ideias:
Direitos autorais
Revolução
ou mão
grande?
Acordo do Google com autores e editoras provoca polêmica no mundo afora, mas tem passado despercebido no mercado brasileiro.
(A matéria continua na página 3, com o seguinte título: Uma biblioteca de Babel restrita aos norte-americanos. E não encontra respaldo para uma repercussão nacional. Praticamente todos os autores brasileiros entrevistados não estão interessados no assunto).
Mesmo sábado.
Capa do Prosa & Verso (O Globo):
A reinvenção
do livro
Seminário sobre história da edição discute os impactos culturais das transformações que marcam a era digital.
Assim começa a matéria assinada por Rachel Bertol:
“Anos de estudo sobre a história do livro e da edição dão ao pesquisador francês Jean-Yves Mollier a certeza de que, num futuro próximo, nascerá um novo gênero literário a partir dos recursos tecnológicos da era digital”.
Quem é Jean-Yves Mollier? Trata-se do professor que abrirá na Academia Brasileira de Letras (13/05/09) o II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial. Os debates prosseguirão por mais dois dias, na UFF. É coisa grande, que envolve 300 pesquisadores. Comentário de Rachel Bertol: “No momento em que cresce a certeza de que o livro de papel terá substitutos, em novos formatos, a pesquisa sobre seu sentido histórico ajuda a compreender a possível obsolescência de um suporte que tinha aura de eterno. Compreender não para congelá-lo no passado, mas para sobreviver às transformações”.
É preciso dizer mais?
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