domingo, 26 de fevereiro de 2012

Luís Pimentel - Cenas do carnaval carioca de 2012

+ Durante o desfile do bloco Simpatia é Quase Amor, em Ipanema, a moça baixa as calças para se aliviar atrás de uma banca de revistas. Diante da cena, o folião que passa dá meia-trava e comenta: “Essa falta de banheiros é o que há de melhor na folia!”

+ Inesquecíveis os comentários de uma dupla escalada pela televisão para cobrir (de vergonha) o desfile das escolas de samba. Diante daquela que trazia enredo sobre o cangaço, os gênios resolveram explicar quem foi Antônio Conselheiro: tremi de pena dos telespectadores e desejei ver o sertão virar mar na Sapucaí.

+ Bêbado no Bloco de Segunda, cercando uma franga: “Depois vamos lá pra casa, preu te mostrar minha coleção de camisetas e camisinhas com motivos momescos”. O mesmo, meia hora depois num bar da Cobal, amargando a negativa e citando Silas Abrelas: “De não em não, as galinhas me enchem o saco.”

+ Desde sexta-feira, no Carmelitas, até a terça, no Meu Bem Eu Volto Já, cantando todo mundo e sem pegar ninguém, o arlequim desabafa num boteco da Ayres Saldanha: “Ano que vem vou pra Bahia. Lá, pelo menos, a aba dá!”

+ Pertinho dali, no Bip Bip lotado, Alfredinho, Chico Genu, Flávio Feitosa e Paulinho do Cavaco cantam: “Já tem maluco demais, aqui neste botequim...” Da calçada, os malucos de sempre aplaudem e um novato pergunta: “Será uma indireta?”

+ No belo Carnaval da Burrinha, organizado anualmente no Aterro do Flamengo pelo craque Mello Menezes, a linda morena fantasiada de salva-vidas é abordada por um gaiato: “Salva eu, gatinha”. E ela: “Claro. Cai aí na Baía de Guanabara e me espera”.

+ Na quinta de cinzas, um nostálgico me liga: “Que pena. Vou guardar a cuíca”. Arremato: “Agora pega a britadeira, pra não sair do ritmo.”


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