domingo, 8 de janeiro de 2012

Edna Lopes - Vai uma exploraçãozinha aí?

Olhando a imensidão do mar, uma das moradas do Deus em que acredito, com o coração pleno de alegria, agradeço ao ano que se inicia. Filho em férias e eu me desvencilhando de uns e outros compromissos firmados ainda no ano que passou, para finalmente entrar em férias, casa lotada com enteados e neto, nora, amigos e parentes que chegam para reencontrá-los.

Não há como não pensar que a vida é uma festa e que devemos celebrá-la todos os dias, agradecer pelas pequenas e grandes alegrias que vivemos. Não há como não aproveitar momentos assim, em família e com amigos, para rever lugares e pessoas especiais. Melhor tempo não há para rever, com outro olhar, espaços da cidade que no nosso cotidiano de trabalho não frequentamos com regularidade.

Maceió é um dos destinos do verão no nordeste. A cidade está lotada, colorida, uma babel de sotaques e falares de vários lugares. Gosto imensamente de estar em espaços que permitam o convívio, as interações com diversas culturas, diversos falares do país e do mundo e aproveito bem esses momentos de receber parentes e amigos para circular pela cidade e por municípios do entorno. Eu revejo, eles conhecem, nós nos divertimos.

Essa é a ideia. Gosto de fazer isso em minha cidade porque é um bom motivo de levá-los a conhecer um pouco dos costumes, da culinária local, um pouco do nosso jeito alagoano de ser, mas por gostar de receber, de sair e fazer as honras da casa às pessoas que nos visitam, tenho me policiado para não me aborrecer com o tratamento dispensado em bares, em restaurantes e até nos quiosques de tapioca, sorvete e água de coco, points que todos querem conhecer e aproveitar no verão. Os preços dobram, o atendimento é péssimo, enfim, a exploração é acintosa.

Pergunto sempre a quem quer ir a uma praia mais badalada: Gosta de muvuca? De vendedor lhe empurrando todo tipo de produto de 02 em 02 minutos? De bares que vão lhe cobrar o dobro por qualquer tipo de prato em tempos normais? Gosta de atravessar um “mar de gente” até chegar à água?

Então vamos...

Desculpem começar o ano destilando indignação, mas gostaria que os comerciantes de todos os ramos aqui da minha terra tratassem com respeito quem lhes garante o sustento, que não quisessem lucrar no mês o que não conseguem o resto do ano.

Desculpem por achar que as belezas naturais, o calor humano, a simpatia e a receptividade de minha gente pudessem minimizar a péssima imagem que fazem de nós pelos índices divulgados de analfabetismo, de violência, de escândalos ligados à corrupção, mas pelo andar da carruagem, muitos sairão daqui achando que conheceram também o paraíso dos exploradores.

Desculpem a chatice assumida. Certamente sabem que explorar o turismo não é o mesmo que explorar o turista, mas não custa relembrar.


3 comentários:

ediney santana disse...

“ Mergulhar, no azul piscina/ Maceió/ Minha sereia”. Esse texto me deu saudade de um lugar que nunca fui

Toninho disse...

Ah, eu sei o que a Edna quer dizer e posso dizer de cadeira que Salvador é bem pior,ainda mais com estas fitas de Sr. do Bonfim...as explorações de taxeiros, o roubo nas barracas.Belo grito da amiga.É preciso ver um turista com outros olhos e ai cabe uma ação dos responsaveis e maiores beneficiados com esta industria.
Mas o que vejo me assusta.
Um abraço para a Edna.

Toninho disse...

Ah, eu sei o que a Edna quer dizer e posso dizer de cadeira que Salvador é bem pior,ainda mais com estas fitas de Sr. do Bonfim...as explorações de taxeiros, o roubo nas barracas.Belo grito da amiga.É preciso ver um turista com outros olhos e ai cabe uma ação dos responsaveis e maiores beneficiados com esta industria.
Mas o que vejo me assusta.
Um abraço para a Edna.