quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dias Inúteis e Dias de Homenagens


Essa crônica era pro dia 13, mas fiquei sem o micro onde estava salva. Mas ainda está dentro do prazo.

De Beija eu




Hoje eu acordei com uma novidade sussurrando ao meu ouvido: como se não bastasse tantas invenções inúteis, inventaram também o dia do beijo.

Em boa hora eu me lembrei dos cadernos de confidências das minhas primas, aqueles cujo teor intimista das perguntas, justificava o nome: confidência. Havia de tudo que povoa a inocência da época, desde qual o gosto do beijo ao supra-sumo do erotismo – o beijo de língua. Em alguns, havia a informação de que “o beijo é como o ferro elétrico: liga em cima e esquenta embaixo”.

Mas triste daquele ou daquela que precisa de um dia no ano para beijar. Já nascemos beijando e sendo beijados, e negar-se a tal carinho depois de grande, é, lamentavelmente, triste.

Ninguém inventa nada a troco de nada. Se não receberam verbas governamentais em forma de subsídio para inventar tal inutilidade, no mínimo, pensaram tirar proveito do dia. Eu mesmo estou pensando em montar um stand no único shopping center da cidade para vender beijos, a preços módicos. Como fui surpreendido hoje de manhã, não dá mais tempo de diversificar o estoque, pois só tenho no depósito o beijo do Judas, o beijo da mulher-aranha, o beijo sem sal, o beijo da morte e o famoso beijo de Drácula. Como minha cara-metade – a que me contou a novidade – disse haver infinitos tipos de beijo, quem souber onde posso encontrá-los, fineza deixar recado. Principalmente o tão procurado e tão escasso “beijo amigo”.

O beijo é lenda que virou realidade. Há várias teorias para sua origem, inclusive até de Darwin, mas quem precisa saber disso para beijar e ser beijado? Em compensação, o autor ou autores desse brilhante invento é ou são completamente desconhecidos, sem nenhuma especulação a respeito. Mas, sugerem os meus botões, que foi algum tímido com necessidade de beijar e precisava de um incentivo.

Hoje também se comemora outra data, de suma importância, sem lenda e com autoria. É o dia do Hino Nacional Brasileiro, aquele que toca nos estádios no dia que a seleção brasileira de futebol joga. Você ainda se lembra o que é o Hino Nacional? Mas com certeza nunca se esqueceu do primeiro beijo...

Pois então reavive a memória:

O HINO NACIONAL BRASILEIRO

O hino é a expressão de sentimento coletivo de um povo, a exaltação melódica aos seus heróis, o louvor ufano à sua história, invocação à divindade, em forma de poema ou cântico. Data da antiguidade, em que era composto e cantado em honra dos deuses e dos heróis. O Antigo Testamento é recheado de belíssimos hinos de louvor ao Messias, destacando-se os salmos de Salomão e do seu pai, o rei Davi.

O Hino Nacional Brasileiro é o nosso maior cântico de louvor à Pátria, a emulação de nosso brio patriótico, estimulante do nosso sentimento nacionalista, e, por isso, é executado em solenidades oficiais ou em festividades cívicas e devemos cantá-lo ou ouvi-lo com orgulho, de pé, mão no coração, em demonstração de amor e respeito ao símbolo máximo da nossa nação.

É considerado um dos mais belos hinos do mundo. Sua melodia foi composta em 1822, pelo maestro Francisco Manuel da Silva, para comemorar a Independência do Brasil. Tornou-se popular apenas em 1831, quando ganhou a primeira letra, que continha versos hostis ao imperador D. Pedro I, que acabava de abdicar (Os bronzes da tirania/ Já no Brasil não rouquejam/ Os monstros que a escravizam/ Já entre nós não vicejam). Com a coroação de D. Pedro II, em 1841, foi escrita a segunda letra, e exaltava a figura do novo imperador (Negar de Pedro as virtudes/ Seu talento escurecer/ É negar como é sublime/ Da bela aurora o romper), porém a bajulação ao Imperador foi esquecida pelo povo, que consagrou a música do maestro Francisco Manuel da Silva e esqueceu a letra.


O hino se tornou oficial por força da popularidade, sem que houvesse qualquer decreto nesse sentido. Com o advento da República, em 1889, houve concurso para a escolha de um novo hino, em sintonia com o novo regime. Convidaram o maestro e compositor Carlos Gomes, que se recusou. Venceu a composição de Leopoldo Miguez e Medeiros e Albuquerque, cuja letra canta estes versos adaptados em recente samba-enredo de escola de samba do Rio de Janeiro: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade, dá que ouçamos tua voz”, porém a mudança do Hino não contava com o apoio do povo e o Marechal Deodoro, em consonância com o sentimento popular, no dia 20 de janeiro de 1890, dia do concurso, oficializou a melodia de Francisco Manuel da Silva como o Hino Nacional Brasileiro. O hino vencedor do concurso, de Leopoldo Miguez e Albuquerque, foi proclamado como o Hino da República.

Em 1909 houve outro concurso para a composição poética que mais se adaptasse à música do Hino Nacional, pois a melodia sem letra é mais difícil de se memorizar. O poeta e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada fez uma adaptação da Canção do Exilio, de Gonçalves Dias, inclusive copiando alguns versos, os quais se encontram aspados na letra original (nossos bosques têm mais vida/ nossa vida, [em teu seio], mais amores) e se tornou o grande vencedor. Em 06 de setembro de 1922, cem anos depois da composição musical, após algumas pequenas modificações promovidas pelo próprio autor, o presidente Epitácio Pessoa assinou o Decreto 15.671 oficializando a letra do nosso Hino Nacional, tal qual ela é cantada hoje.

“Ninguém poderá ser admitido ao serviço público sem que demonstre conhecimento do Hino Nacional” (Art. 40º do Decreto-Lei nº 5.700 de 1º de setembro de 1971).

Se forem fazer teste do Hino com os servidores públicos, não sobrará ninguém para prestar serviço à comunidade. Já numa cidade da Bahia, durante a troca de comando de um batalhão do Exército, o novo comandante tentava pôr os soldados em forma para cantar o Hino Nacional.

- Tropa! Para cantar o Hino Nacional, sentido! – ordenou, com o devido vigor de comando.

Os soldados olhavam para ele como se nada entendessem. Falava grego? Repetiu o comando:

- Tropa! Para cantar o Hino Nacional, sentido!

Ninguém mexeu uma palha. Alguma coisa estava errada. Dirigiu-se ao antigo comandante, que tirava suas coisas pessoas da escrivaninha. Contou o ocorrido. O ex-comandante falou:

- Ah! Colega. Aqui não é assim não. Vamos lá!

Chegando ao local em que os soldados estavam em forma, o antigo comandante deu as ordens em baianês:

- Ô, meu rei, durin, durin pra cantar euvirundum!

Imediatamente os soldados se colocaram em sentido e cantaram o Hino Nacional. Ou o “Euvirundum”.





2 comentários:

Kathleen Lessa disse...

Tom, que trabalheira chegar até aqui! Tive que fazer 3 cadastros. Ninguém merece... Por isso que o Recanto recebe tanta gente. É só chegar, pôr nome e e-mail.__ Flanarei um pouco por aqui, lerei SEUS textos, depois comentá-los-ei, ok?__Beijos, Kathleen

Kathleen Lessa disse...

Fiquei pensando: como seriam os beijos de D.Pedro I? A Marquesa de Santos, que eu saiba, não escreveu sequer uma linha sobre eles. Logo, deveriam ser chochos...__ Vc está atrasado, Tom. O Dia Internac. do Beijo existe bem há uns 20 e tantos anos! Por falar no tal dia, não sei se soube: a Cláudia Leitte,
ao toque de Beijar na Boca, num dos seus shows conseguiu que + de 8mil casais se beijassem ao mesmo tempo. Entrou pro Guinness! Que importância tem isso? Nenhuma. A não ser pra ela (rsrs)!__Beijos, Kathleen