sexta-feira, 24 de outubro de 2008

6 MORTE E VIDA SEVERINA


VI

A morte aqui não vinga

Como não vinga a plantação.

Aqui as pessoas nascem

Segurando a alça do caixão.

As lágrimas já não descem

De pétreos olhos humanos,

Pois o cotidiano da morte

Está presente em todos os cantos

E em certos lugares se tornou

Na última esperança que morre.


Mas quem morreu

Sem ter vivido?


Quem jamais ousaria olvidar

Da sorte nefasta do infeliz sertanejo:

Curtido do sol, mergulhado em prantos de amarguras,

Secando no tempo suas mágoas e desventuras...

Enterrando seus mortos no silêncio da dor

E rezando calado para que a morte não tarde.





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