IV
Em cima de borrachas infladas
E de tábuas duras quanto a própria sorte,
Reina o sonho e a esperança
Em cálidos rostos tracejados pela dor
De homens que vivem sem norte
Cujo destino se chama Sul.
Pau-de-arara,
Paus-de-araras!
Sua cama, sua vida,
Sua alma enraizada
No cheiro da caatinga,
No ronco do motor!
A minha sorte maior
Foi ter nascido poeta
No ápice da guerra
Do homem com a Natureza.
Só assim
Poderei condecorar
Os heróis anônimos nacionais
Que partiram do seu povo
Desfraldando a bandeira da necessidade
E que perderam sua identidade
Nas rodas do caminhão.
Mas quem devolverá
A vergonha dessa gente
Que partiu do seu povo
Para se exilar no seu próprio país?
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